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Voto antecipado Florida decorre em ambiente marcado pela Guerra Fria

Desde que o presidente Donald Trump chamou "socialista" a Joe Biden que os cubanos de "Little Havana", Miami, intensificaram a campanha a favor do candidato republicano ao ponto de pedirem que Hillary Clinton seja enviada para Guantanamo por ser "comunista".

Voto antecipado Florida decorre em ambiente marcado pela Guerra Fria
Notícias ao Minuto

07:36 - 20/10/20 por Lusa

Mundo EUA

Na rua 08 ("Calle Ocho"), coração da zona onde reside a influente comunidade de exilados cubanos há bandeiras dos "Latinos for Trump", comités de luta contra o regime de Havana nas esquinas e até um veículo pesado com camuflagem militar e com inscrições que pedem mais sanções contra Cuba e críticas contra o Partido Democrata.

"Hillary para Guantanamo" diz a frase pintada na parte da frente do veículo militar conduzido por um civil contra a ex-secretária de Estado e candidata democrata às presidenciais de 2016 pedindo para que seja "enviada" para a prisão militar norte-americana de alta segurança em território cubano.  

"Aqui na Florida eu creio que 90% dos cubanos não estamos apenas a favor de Trump, mas também estamos a demonstrar o apoio nas ruas. No final da semana passada houve aqui uma caravana automóvel anticomunista mas que se transformou em caravana 'trumpista' porque havia mais bandeiras de Trump do que cubanas", disse à Lusa Letícia Dominguez, 25 anos, filha de exilados cubanos desde os anos 1980.

"Nós não queremos a ditadura em Cuba e, por isso, estamos com o candidato que advogue essa posição. As sanções de Donald Trump são feitas para acabar com a ditadura (cubana). O que fazem os outros candidatos e o que tem em mente o 'senhor' Biden é continuar a mesma política da administração Obama dando benefícios aos tiranos. Isso não vai resolver nenhum problema porque em Cuba não se respeitam os direitos humanos", acrescenta a jovem cubana apoiante do Partido Republicano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na semana passada que Joe Biden é "socialista" intensificando a atividade política na "Calle Ocho" entre os habitantes da comunidade cubana instalada em Miami, Florida.

Os eleitores latinos constituem cerca de 20% do eleitorado da Florida sendo que a maior parte é proveniente de Cuba, República Dominicana e Venezuela.

A Florida é um dos estados encarados como muito importante politicamente porque representa 29 votos no Colégio Eleitoral.

Em sondagens publicadas no princípio da semana, Joe Biden tem uma vantagem de 8,9 pontos sobre a candidatura de Donald Trump (pesquisa da RealClearPolitics), mas na Florida a diferença é de apenas 1,4 pontos.

Por esse motivo, os dois candidatos presidenciais estiveram na Florida na semana passada estando prevista para hoje a visita da candidata democrata à vice-presidência, a senadora Kamala Harris que deve participar em atos de campanha nas cidades de Jacksonville e Orlando.

Na segunda-feira, começou no estado da Florida o voto antecipado com os centros de votação abertos, entre as 07:00 da manhã (12:00 em Lisboa) e as 19:00 (22:00 em Lisboa), e até ao dia 01 de novembro, dois dias antes da data das eleições.

No dia 03 de novembro os eleitores do estado da Florida vão ser igualmente consultados sobre seis emendas à Constituição, uma delas sobre o aumento do "salário mínimo" que atualmente corresponde a 8,56 dólares por hora de trabalho.

Caso 60% venha a votar a emenda (2) o valor pode vir a aumentar para os 10 dólares por hora, valor a aplicar em setembro de 2021.

Por outro lado, o número de votantes por correio atingiu os 2,5 milhões de eleitores, estando o elevado número de participação através deste modelo atribuído ao drástico aumento do número de casos de contágios por covid-19 no estado da Florida.

Num estado em que as comunidades "latinas" e das Caraíbas pode ser decisivo, os boletins de voto estão impressos em inglês, espanhol e crioulo francês do Haiti.

Nos centros de voto visitados pela Lusa: Divisão Central Eleitoral do condado de Dade, Westchester, West Kendal e Coral Park a maior parte dos eleitores que preferiram votar antecipadamente são sobretudo reformados de origem hispânica, na maior parte cubanos e venezuelanos.

Na parte exterior das assembleias de voto que geralmente se encontram a funcionar nos edifícios de bibliotecas públicas, as filas são organizadas em função da distância social impostas pelos cuidados sanitários devido à pandemia e também é possível votar de automóvel junto de pequenas tendas instalados nos parques de estacionamentos dos mesmos centros de votação.

De acordo com fonte da Divisão Eleitoral, organismo responsável pelo ato eleitoral em Miami, não se registaram irregularidades ou incidentes na cidade, até ao momento.

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