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Fações pró-iranianas propõem trégua mas impõem condições a Washington

As milícias iraquianas apoiadas pelo Irão prometeram não atacar mais a embaixada dos Estados Unidos no Iraque se Washington anunciar a retirada das suas tropas daquele país até ao final do ano, foi hoje divulgado.

Fações pró-iranianas propõem trégua mas impõem condições a Washington
Notícias ao Minuto

16:03 - 15/10/20 por Lusa

Mundo Iraque

Em janeiro, as forças xiitas do Parlamento iraquiano aprovaram uma resolução não vinculativa que exigiu então a saída dos 5.200 militares norte-americanos destacados naquele país, na sequência de um ataque com um 'drone' (aparelho não tripulado) norte-americano que matou o general iraniano Qassim Soleimani e o comandante da milícia iraquiana Abu Mahdi al-Muhandis, no exterior do aeroporto de Bagdad.

Na altura, o Governo iraquiano em funções afirmou que estava apenas a gerir os assuntos correntes do país e, portanto, não podia aplicar esta resolução.

Posteriormente, o gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazemi, nomeado em maio, avançou com um prazo de "três anos" para as tropas norte-americanas deixarem o país.

As forças dos EUA regressaram ao território iraquiano em 2014 no âmbito da coligação internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O contingente norte-americano seria, entretanto, reduzido para cerca de 3.000 elementos, na sequência da "vitória" declarada sobre os 'jihadistas', em finais de 2017, e mais recentemente por causa da pandemia da doença covid-19.

"A trégua está condicionada ao respeito da decisão parlamentar", explicou, em declarações à agência France-Presse (AFP), Ahmed al-Assadi, um dos líderes do bloco parlamentar do grupo Hachd al-Shaabi, uma coligação de paramilitares iraquianos pró-Irão.

"Esta trégua não é ilimitada", prosseguiu o representante, indicando que o prazo proposto "vai pelo menos até às eleições [presidenciais] norte-americanas" de 03 de novembro e "no máximo até ao final do ano".

"Além disso, já não é lógico, estamos apenas a dar tempo ao governo para iniciar negociações" sobre a retirada, concluiu Ahmed al-Assadi.

Numa recente entrevista à televisão estatal iraquiana, Mustafa al-Kazemi voltou a mencionar que os militares norte-americanos iriam precisar de "três anos" para deixar o país.

Em declarações à AFP, uma fonte do Hachd al-Shaabi avançou que a proposta de trégua surgiu após conversações entre as fações pró-iranianas, governo e representações estrangeiras diplomáticas na capital iraquiana, Bagdad.

Para Washington, os quase 90 ataques com 'rockets' que visaram no último ano a embaixada norte-americana em Bagdad, as bases iraquianas que abrigam soldados norte-americanos e as colunas com meios logísticos (operadas por elementos iraquianos subcontratados pelo exército norte-americano) foram realizados principalmente por brigadas do Hezbollah, movimento xiita libanês que é pró-iraniano.

Vários ataques têm sido reclamados por pequenos grupos com designações até então desconhecidas.

O último ataque foi perpetrado no domingo passado na província iraquiana de Diwaniyah (sul).

Uma bomba colocada à beira da estrada atingiu uma coluna que transportava material militar para a coligação liderada pelos Estados Unidos, danificando um veículo, de acordo com uma declaração do exército iraquiano divulgada na altura.

Nesse mesmo dia, as milícias iraquianas apoiadas pelo Irão avançaram, em declarações citadas pelas agências internacionais, que tinham concordado terminar temporariamente os ataques contra a presença dos Estados Unidos no Iraque, caso as tropas norte-americanas se retirassem do país na sequência da resolução parlamentar de janeiro.

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