Primeiro-ministro canadiano denuncia "diplomacia coerciva" da China
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, considerou que a "diplomacia coerciva" da China em relação a vários países e a sua política relativamente aos direitos humanos são contraproducentes.
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Mundo Canadá
O chefe do Governo comentou a detenção "arbitrária" de dois canadianos na China, bem como de outros estrangeiros, dizendo que são o resultado da "diplomacia coerciva" que tem sido condenada pela comunidade internacional.
O primeiro-ministro canadiano fez estes comentários quando os dois países assinalaram o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, na terça-feira, e no momento em que um ex-embaixador do Canadá na China e um consultor se encontram detidos, desde dezembro do ano passado, acusados de espionagem.
Trudeau também criticou a abordagem da China aos direitos humanos, lembrando as práticas do Partido Comunista Chinês face à minoria dos muçulmanos uigures ou perante os cidadãos de Hong Kong.
A detenção destes dois cidadãos "prejudicou as relações entre o Canadá e a China", disse Trudeau, durante uma conferência de imprensa.
"Continuaremos a trabalhar com os nossos aliados em todo o mundo para fazer a China entender que a sua abordagem aos assuntos internos e externos não é particularmente produtiva", concluiu Trudeau.
A detenção dos dois canadianos é considerada no ocidente como uma medida de retaliação, após a prisão no Canadá de Meng Wanzhou, diretora financeiro da empresa chinesa de telecomunicações Huawei.
Meng foi detida em dezembro de 2018 a pedido dos Estados Unidos, que a acusa de ter contornado as sanções americanas contra o Irão, pedindo a sua extradição.
"São as ações do Canadá no caso Meng Wanzhou que constituem um caso típico de detenção arbitrária e de diplomacia coerciva", respondeu hoje Zhao Lijian, porta-voz da diplomacia chinesa.
Zhao acusou o Canadá de "hipocrisia", censurando o Governo de Trudeau por não ter fornecido aos advogados de Meng centenas de documentos sobre a existência de uma potencial conspiração entre as autoridades canadianas e norte-americanas contra a sua cliente.
Lembrando que o Canadá tem sido um "líder internacional" no estabelecimento de relações com Pequim, desde 1970, o ministro canadiano dos Negócios Estrangeiros, François-Philippe Champagne, salientou que Otava tem hoje um "olhar sóbrio" sobre essas relações.
"Ainda continuamos a acreditar na importância do nosso relacionamento", mas "o uso da diplomacia coerciva está a obrigar o Canadá a reconsiderar a sua abordagem", disse o chefe da diplomacia canadiana, num comunicado.
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