"Estamos, francamente, numa fase muito crítica das negociações e sob extrema pressão. O tempo urge", sublinhou Michael Roth, ministro-adjunto dos Assuntos Europeus alemão, ao chegar a uma reunião com os seus homólogos europeus no Luxemburgo.

"Esperamos dos nossos amigos do Reino Unido progressos substanciais em áreas-chave, em particular a governança (do futuro acordo), a igualdade de condições de concorrência e (...) a pesca", insistiu.

Estes três temas constituem os principais pontos de bloqueio nas negociações entre Londres e Bruxelas, iniciadas em março.

Os ministros devem ser informados sobre o estado das discussões pelo negociador europeu Michel Barnier, antes de uma cimeira europeia na quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas em parte dedicada ao assunto.

Depois do Reino Unido ter oficialmente deixado a União Europeia a 31 de janeiro, as negociações entre Londres e Bruxelas para concluir um acordo de livre comércio, que entraria em vigor no fim do período de transição, no final do ano, não têm avançado, deixando pairar o risco de um "não acordo" potencialmente devastador para a economia.

"Estamos bem preparados para os dois cenários", assegurou Roth. "Todos deveriam saber que um cenário de 'no deal' é o pior dos casos, não apenas para a União Europeia, mas também para o Reino Unido", adiantou.

O secretário de Estado para os Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, quis "lembrar a necessidade de uma posição muito unida dos 27 da UE", mas também "muito firme" sobre as suas prioridades, em particular a pesca, questão extremamente sensível para Paris e outros Estados membros (Bélgica, Países Baixos, Irlanda e Dinamarca).

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, estabeleceu o dia 15 de outubro, dia da cimeira europeia, como final do prazo para decidir ou não continuar as discussões. Os europeus têm um prazo até ao final de outubro.

Johnson encontrou-se com o presidente francês, Emmanuel Macron, no sábado e com a chanceler alemã, Angela Merkel, no domingo.

Após uma semana em Londres, as negociações foram retomadas na segunda-feira em Bruxelas de modo "intensivo", segundo a União.

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