Mali: CEDEAO espera que Governo de transição honre compromissos
O Presidente do Gana e atual líder da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Nana Akufo-Addo, disse hoje ter esperança que as autoridades de transição do Mali honrem os compromissos assumidos com aquela organização regional.
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Mundo Mali
Bamako, 11 out 2020 (Lusa) - O Presidente do Gana e atual líder da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Nana Akufo-Addo, disse hoje ter esperança que as autoridades de transição do Mali honrem os compromissos assumidos com aquela organização regional.
No dia seguinte à formação de um Governo de transição, em 05 de outubro, a CEDEAO suspendeu as sanções contra o Mali, incluindo um embargo comercial e financeiro, impostas a 20 de agosto, após o golpe que derrubou o Presidente Ibrahim Boubacar Keita.
"Até ao momento, todas as ações tomadas pelas autoridades de transição dão-nos boas esperanças de que manterão os compromissos assumidos connosco", disse Akufo-Addo durante uma conferência de imprensa muito breve, no final da sua visita a Bamako.
Acompanhado pelo ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan, mediador nesta crise, e pelo presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, Akufo-Addo encontrou-se com o Presidente de transição, Bah Ndaw, e o vice-presidente de transição, coronel Assimi Goita (chefe da junta militar).
O atual presidente da CEDEAO também se encontrou com o primeiro-ministro de transição, Moctar Ouane, ex-ministro das Relações Exteriores e diplomata de carreira.
Nana Akufo-Addo "exortou as autoridades de transição a finalizarem o calendário para o processo eleitoral para chegar às eleições presidenciais e parlamentares dentro do prazo indicado", de acordo com um comunicado lido durante a conferência de imprensa.
Os coronéis que derrubaram Keita, durante um golpe oficialmente sem derramamento de sangue, prometeram devolver o poder aos líderes civis eleitos após um período de transição de até 18 meses.
"O nosso país deve retornar à plena legalidade constitucional, com um Presidente da República eleito dentro dos prazos previstos e, se possível, antes", disse Ndaw, coronel aposentado, na sexta-feira, na abertura do seu primeiro Conselho de Ministros.
O presidente ganês também se encontrou com o ex-primeiro-ministro Boubou Cissé, uma das 11 personalidades civis e militares ainda detidas desde o golpe e cuja libertação o coronel Goita anunciou na quarta-feira.
Esta libertação foi uma das reivindicações da CEDEAO. Já a dissolução da junta, outra das exigências, não foi cumprida, nem foi oficialmente mencionada durante a visita.
O Governo de Ouane tem 25 ministros, incluindo quatro coronéis em posições estratégicas: Defesa, Segurança, Administração Territorial e Reconciliação Nacional.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na história do país, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da Organização das Nações Unidas e da União Europeia.
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