Nagorno-Karabakh. Papa lamenta que trégua seja "demasiado frágil"
O papa Francisco lamentou hoje que a trégua nos combates entre as forças arménias do território separatista de Nagorno-Karabakh e as do Azerbaijão seja "demasiado frágil".
© Reuters
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"Gostei que a Arménia e o Azerbaijão tenham concordado num cessar-fogo por motivos humanitários, tendo em vista a obtenção de um acordo de paz substancial, apesar de a trégua se mostrar demasiado frágil", afirmou o papa na sua oração dominical do Angelus.
"Encorajo a que seja retomada e manifesto que partilho da dor pela perda de vidas humanas, pelo sofrimento imposto e pela destruição de habitações e locais de culto", afirmou o papa perante centenas de pessoas que o ouviam à chuva na praça de São Pedro.
"Rezo e convido à oração pelas vítimas e por todos os que têm a vida em perigo", disse Francisco.
Um dirigente arménio do Nagorno-Karabakh considerou hoje que a situação está "mais calma" em relação a sábado na frente que opõe as suas forças às do Azerbaijão, no segundo dia do cessar-fogo.
"Ontem constatámos que não houve cessar-fogo. Parece que esta manhã está tudo mais calmo, mas isso pode mudar rapidamente", declarou Araïk Haroutiounian, numa conferência de imprensa em Stepanakert, capital dos separatistas.
A trégua humanitária foi negociada na sexta-feira por Moscovo para permitir a organização de uma troca de prisioneiros e de corpos de militares mortos.
O Nagorno-Karabakh é parte do Azerbaijão, mas a sua população é maioritariamente arménia.
No final dos anos 1980, o parlamento regional do enclave aprovou a integração do território na Arménia, desencadeando uma guerra que fez cerca de 30.000 mortos e só terminou em 1994 com a assinatura de um cessar-fogo.
Desde então, ocorreram várias violações do cessar-fogo, designadamente em 2016, mas desde finais de setembro foram registados os mais intensos combates em anos, com as duas antigas repúblicas soviéticas a acusarem-se mutuamente de ter iniciado as hostilidades.
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