Segundo o ministério, o consulado do México em Atlanta identificou os casos das duas mulheres graças às investigações realizadas após a revelação pela organização não-governamental (ONG) Project South, em setembro, destas operações de esterilização forçada.
O caso de uma das mulheres mexicanas identificadas revela "uma intervenção cirúrgica" - mas não uma histerectomia, explicou o ministério - sem seu consentimento e sem cuidados pós-operatórios.
"Diante da gravidade dos fatos relatados, o Consulado-Geral solicitou a opinião de um especialista que, após exame exaustivo, relatou irregularidades ou anomalias no processo médico", indica o relatório do ministério.
O consulado, prossegue o ministério, também está a analisar o caso de outra mulher mexicana, já repatriada, que "teria sido submetida a uma cirurgia ginecológica sem o seu pleno consentimento, pois não recebeu em espanhol uma explicação do seu diagnóstico médico, nem sobre a natureza das operações médicas que se seguiriam".
O governo mexicano anunciou no final de setembro que havia aberto uma investigação sobre os casos de seis mulheres mexicanas que teriam sido submetidas a esterilizações forçadas num centro de detenção de migrantes no condado de Irwin, na Geórgia.
De acordo com a Project South, com sede em Atlanta, Geórgia, pelo menos 17 mulheres foram esterilizadas - em alguns casos por histerectomia total - sem o seu consentimento ou sem obter as informações necessárias.
Essas denúncias, baseadas principalmente no depoimento de uma enfermeira que trabalhava no centro de detenção de Irwin, motivaram o pedido de abertura de inquérito federal por iniciativa da democrata eleita na Câmara dos Representantes Pramila Jayapal.