Últimos presidentes regionais da Catalunha pedem mediação internacional
Os três últimos presidentes do governo regional da Catalunha pediram hoje mediação internacional para dialogarem com o Estado, na pessoa do rei, caso o movimento de independência ultrapasse 50% dos votos nas eleições de fevereiro.
© Reuters
Mundo Catalunha
Os três ex-presidentes da Catalunha (Generalitat), Quim Torra, Carles Puigdemont e Artur Mas -- todos alvo de processos judiciais pela organização de um referendo secessionista e declaração de independência, em 2017 -- fizeram o anúncio em conferência de imprensa , na Casa da Generalitat, em Perpignan (França), no dia em que o rei Felipe VI e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, visitam Barcelona.
Torra, Puigdemont e Mas leram um manifesto, em catalão, francês e inglês, no qual denunciam que o facto de terem sido "atingidos pela repressão estatal" evidencia a "gravidade do conflito catalão", que exige "diálogo, negociação e mediação internacional para encontrar uma solução justa e democrática para o livre arbítrio dos catalães".
Torra indicou que tanto o seu caso, inabilitado por um ano e meio do cargo por desobediência à junta eleitoral, como o de Puigdemont, que fugiu para o estrangeiro e foi processado à revelia, e o de Mas, condenado por desobediência por ter convocado o referendo sobre a independência em novembro de 2014, são exemplos de que "o diálogo que a Espanha promete termina sempre com uma sentença [judicial]".
Por isso, defendeu, a soberania está "num labirinto" do qual só conseguirá sair com "persistência, determinação e enfrentando os obstáculos".
Carles Puigdemont destacou que a mesa de diálogo entre o Governo e a Generalitat não produziu "resultados" até agora e que só "faz sentido [retomar o diálogo] se for para resolver o conflito político".
"Como é que é possível que digam que querem dialogar, mas o chefe de Estado não inicie um diálogo com os três presidentes que foram protagonistas desse processo?", questionou ainda Artur Mas, considerando que isso, juntamente com outros elementos, mostra que "não é vontade das mais altas instituições do Estado ter um verdadeiro diálogo" sobre o conflito na Catalunha.
Neste contexto, Mas defendeu a necessidade de uma mediação internacional porque "ninguém vai ceder", pelo que o primeiro passo deverá ser dado através das eleições catalãs, em fevereiro próximo.
"Se a maioria - independentista -- se tornar cada vez maior, a mediação internacional ficará cada vez mais próxima" de acontecer, referiu.
Sublinhando que para que haja mediação internacional, esta deve ser solicitada e alvo de insistências, Puigdemont lembrou que todos os conflitos do mundo resolvidos foram alvo de mediação internacional.
Felipe VI e Pedro Sánchez estão em visita a Barcelona para participar numa entrega de prémios organizada pelo Consórcio da Zona Franca de Barcelona, mas a sua presença na cidade já foi contestada por cerca de 800 pessoas, que formaram uma corrente humana e exibiram faixas com frases como "A Catalunha não tem rei".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com