Comissão de inquérito sul-africana intima Jacob Zuma a testemunhar
A comissão sul-africana de inquérito sobre a corrupção do Estado convocou hoje o ex-presidente Jacob Zuma para comparecer antes do final de Novembro, obrigando-o a depor.
© Reuters
Mundo África do Sul
A intimação acontece 10 dias depois de Zuma, que está a ser julgado no seu país por acusações de corrupção, acusar o presidente da comissão de ser "parcial" e exigir um pedido de escusa por parte do juiz.
Durante quase dois anos, a comissão ouviu dezenas de ministros e ex-ministros, funcionários eleitos, homens de negócios e funcionários públicos superiores, que trouxeram à luz do dia as zonas mais sombrias, do ponto de vista do funcionado do Estado, durante a era Zuma.
Pelo menos 34 testemunhas até à data implicaram direta e indiretamente o ex-presidente, de acordo com o conselheiro principal da comissão, Paul Pretorius.
"É importante que Zuma compareça perante a comissão, porque a maior parte das acusações de corrupção dizem respeito ao período em que foi Presidente", disse.
Mas o ex-presidente tem-se recusado repetidamente a testemunhar. Em Setembro, para explicar a sua ausência, os seus advogados evocaram riscos para a saúde ou argumentaram que Zuma está "ocupado" a preparar a sua defesa num outro caso de corrupção.
O presidente da comissão e vice-presidente do Tribunal Constitucional, Raymond Zondo, ordenou hoje que Zuma fosse convocado para ser ouvido 16 e 20 de Novembro.
Sublinhando estar a fazer o seu trabalho, Zondo disse que a intimação oferece a Zuma uma "oportunidade" para "limpar o seu nome".
O não comparecimento perante a comissão sem razão suficiente constituirá "um delito criminal", sublinhou Zondo.
Envolvido em escândalos, Jacob Zuma foi obrigado a demitir-se em 2018 e substituído por Cyril Ramaphosa, que se comprometeu a erradicar a corrupção no país.
O ex-presidente sul-africano é suspeito de ser conivente com a delapidação generalizada dos recursos do Estado através de meios ilícitos, especialmente ao favorecer os assuntos de um trio de empresários envolvidos em vários processos de corrupção, os irmãos Gupta.
A comissão de inquérito prosseguir os seus trabalhos até Março de 2021.
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