Comissão da União Africana sauda processo de transição no Mali
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, saudou hoje os desenvolvimentos no Mali, nomeadamente a tomada de posse de um Presidente e primeiro-ministro civis e a instalação nos próximos dias do Conselho Nacional de Transição.
© Reuters
Mundo Mali
"As instituições de transição estão em vias de ser instaladas, um Presidente e um primeiro ministro civis para o período de transição foram designados, e acabam de dar posse ao Governo. Nos próximos dias, o Conselho Nacional de Transição deverá ser instalado", enumerou Mahamat.
Por outro lado, o antigo Presidente, Ibrahim Boubakar Keita "foi libertado e autorizado a procurar um país para receber tratamento médico" e no passado dia 07, "as personalidades políticas e militares, entre as quais o antigo primeiro-ministro, foram igualmente libertadas. Estes são avanços que devem ser saudados", sublinhou o presidente da Comissão da União Africana (UA).
Mahamat assinalou ainda o facto de estes progressos terem levado os chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da áfrica Ocidental (CEDEAO) a levantar as sanções impostas ao Mali no seguimento do golpe de Estado militar de 18 de agosto e manifestou a disponibilidade de o órgão executivo da UA desempenhar o papel que o Conselho da União vier a determinar no processo de ajuda ao Mali durante a transição.
"É preciso lembrar que o Mali, além da crise sociopolítica que o desestabiliza desde junho, se confronta com uma crise securitária, e uma sanitária. Os ataques terroristas não cessaram, não obstante os esforços das forças de defesa malianas e das forças internacionais. A covid-19 teve consequências negativas na vida socioeconómica das populações", um quadro que deve ser tido em conta pela UA no que apoio à transição no Mali que vier a decidir, disse Mahamat.
"Além destas urgências incontornáveis, o país deve organizar consultas eleitorais com vista a dotar de instituições definitivas", concluiu.
O Conselho de Paz e Segurança da UA levantou também a suspensão do Mali da organização continental, imposta em 19 de agosto na sequência do golpe de Estado que derrubou o regime do Presidente Keita.
"O Conselho de Paz e Segurança, face aos recentes desenvolvimentos políticos positivos, decide levantar a suspensão que tinha imposto contra o Mali. Para este fim, a República do Mali está autorizada a participar plenamente em todas as atividades da União Africana", escreveu o órgão de segurança da UA na sua conta oficial no Twitter.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na história do país, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.
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