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Kamchatka: Mancha de 40 quilómetros de poluição à deriva no oceano

A poluição que tem causado a morte a centenas de animais e ferimentos em pessoas em Kamchatka, no extremo-oriente russo, está a formar uma mancha compacta de 40 quilómetros de comprimento sobre a água, anunciaram hoje cientistas.

Kamchatka: Mancha de 40 quilómetros de poluição à deriva no oceano
Notícias ao Minuto

17:57 - 08/10/20 por Lusa

Mundo Kamchatka

A mancha, com 40 quilómetros de comprimento e 30 a 100 metros de largura, está à deriva ao longo das costas da península, segundo a Universidade Federal do Extremo Oriente, que está a conduzir a investigação.

Esta faixa de poluição, que se pensava estar reduzida a uma praia, "tem limites claros, não se desintegra e está gradualmente a deslocar-se para sul", para as ilhas Curilhas, disputadas pela Rússia e pelo Japão, "sem diminuir de tamanho", afirmou, em comunicado, o chefe de um laboratório de biologia na universidade, Kirill Vinnikov.

A mancha tem o aspeto de um "musgo suspeito", de cor "verde escura".

Os investigadores recolheram amostras, por helicóptero, que serão enviadas para Vladivostok.

Há vários dias que os habitantes da península de Kamchatka observam a presença de quantidades impressionantes de animais marinhos mortos nas praias do Oceano Pacífico, e há dezenas de casos de banhistas que sofreram queimaduras e vómitos depois de estar em contacto com a água ou perto dela.

Na quarta-feira, as autoridades russas abriram uma investigação por "violação das regras de gestão de substâncias e resíduos perigosos para o ambiente" e "poluição marinha", adiantando que as primeiras amostras indicavam a presença de "um poluente com uma consistência próxima do petróleo industrial ou outra substância contendo componentes oleosos".

O governador do Kamchatka disse que a poluição pode ser proveniente de um aterro de pesticidas nas proximidades e prometeu resolver a situação.

Embora as autoridades ainda não excluam um fenómeno "natural", peritos entrevistados pelo jornal Novaya Gazeta e pela agência noticiosa estatal RIA Novosti apresentaram a hipótese de uma fuga de 'heptyl', um combustível de foguete extremamente tóxico que poderia ter vindo de uma instalação militar.

No entanto, o governador disse na quinta-feira que as amostras colhidas até agora eram "negativas para heptyl".

O governador disse que foram identificados níveis excessivos de produtos petrolíferos e fenol, mas que não poderiam causar tais efeitos em animais e seres humanos.

O governador, que está em funções há algumas semanas, também disse que no total, foram examinadas "cerca de 20 pessoas, oito das quais foram diagnosticadas com queimaduras da córnea de primeiro grau".

A Greenpeace já classificou a situação em Kamchatka de "desastre ecológico".

"Ocorreu um desastre ecológico em Kamchatka" na zona da praia de Khalatyr (um ponto turístico popular principalmente entre os surfistas) e na baía de Avacha, no oceano Pacífico, afirmou na segunda-feira a organização não-governamental.

Kamchatka é uma das regiões russas mais remotas e de difícil acesso. Encerrada até à queda da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), porque alberga muitas instalações militares, está agora aberta ao turismo.

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