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Confrontos entre manifestantes e polícia fazem 16 feridos no Quirguistão

Pelo menos 16 pessoas ficaram hoje feridas na sequência de confrontos registados entre manifestantes que protestavam contra os resultados das eleições legislativas de domingo no Quirguistão e a polícia na capital Bichkek.

Confrontos entre manifestantes e polícia fazem 16 feridos no Quirguistão
Notícias ao Minuto

19:54 - 05/10/20 por Lusa

Mundo Quirguistão

Segundo o Ministério da Saúde quirguiz, os 16 feridos já estavam a receber assistência médica em diversos hospitais da cidade.

De acordo com informações avançadas pela AFP, dezenas de manifestantes tentaram escalar os portões da sede do governo, no centro da cidade, o que levou as autoridades a uma intervenção mais assertiva, recorrendo a granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes.

Os confrontos prolongaram-se pela noite, com alguns manifestantes a atirarem pedras pelo meio de nuvens de gás lacrimogéneo e o barulho das granadas. Em causa está a vitória dos partidos políticos próximos do presidente pró-russo, Sooronbai Jeenbekov, e a suspeita de alegadas compras de votos, segundo observadores internacionais.

À tarde, vários milhares de pessoas reuniram-se na Praça Ala-Too, perto da presidência, entoando cânticos contra o presidente. "Jeenbekov fora!", gritou a multidão, num cenário que já havia sido o epicentro de duas revoluções em 2005 e 2010, que derrubaram dois presidentes.

"O presidente prometeu realizar eleições honestas mas não cumpriu a sua palavra", disse o candidato Ata Meken Ryskeldi Mombekov a cerca de 5.000 pessoas reunidas na praça, exigindo à comissão eleitoral a anulação da votação "no prazo de 24 horas".

Os partidos Birimdik (centro-esquerda) e Mekenim Kirghizstan (Minha Pátria Quirguistão, de direita), a favor de uma integração mais estreita de Bichkek na União Económica Euro-asiática, promovida por Moscovo, ganharam cada um 25% dos votos, depois de 98% do escrutínio já ter sido apurado.

O Birimdik tem o irmão mais novo do Presidente e também ex-chefe do parlamento nas suas fileiras, Asylbek Jeenbekov, enquanto o Mekenim Kirghizstan é suspeito de representar os interesses do clã de Rayimbek Matraimov, um antigo responsável da alfândega alvo de protestos anticorrupção no ano passado.

Espera-se também que o Partido do Quirguistão, que apoia o Presidente quirguiz, mantenha a sua posição no parlamento com mais de 8% dos votos. Duas outras formações políticas, uma nacionalista (Butun Quirguistão) e outra fundada por um antigo primeiro-ministro, aguardam para ver se ultrapassaram o limiar de elegibilidade de 7%.

Num ambiente de regimes autoritários, o montanhoso Quirguistão permanece um 'ilhéu' de pluralismo na região da Ásia central, recheada de antigas repúblicas soviéticas.

Mas devido à pandemia de covid-19, que agravou a pobreza da população, várias pessoas alertaram para o risco de corrupção massiva dos votos por parte dos partidos mais ricos.

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