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AI exige às autoridades do Egito libertação de centenas de manifestantes

A Amnistia Internacional (AI) exortou hoje as autoridades egípcias a libertarem centenas de pessoas detidas em setembro no decurso de manifestações antigovernamentais, muito raras num país em estado de emergência desde 2017.

AI exige às autoridades do Egito libertação de centenas de manifestantes
Notícias ao Minuto

17:31 - 02/10/20 por Lusa

Mundo Amnistia Internacional

Em setembro, decorreram numerosas concentrações em regiões rurais e urbanas pobres, de acordo com testemunhos e vídeos difundidos na internet.

Os manifestantes protestavam contra as reformas económicas aplicadas desde 2016 e contra uma campanha destinada a terminar com as construções ilegais, e que designadamente prevê a aplicação de multas.

As manifestações estão proibidas no Egito desde 2013, na sequência do golpe de Estado liderado pelo marechal Abdel Fattah el-Sisi, atual Presidente, e o estado de emergência vigora desde 2017.

"O facto de estes manifestantes terem saído para a rua apesar de conhecerem o enorme risco para as suas vidas e segurança demonstra a amplitude do seu desespero para exigir os seus direitos económicos e sociais", revelou Philip Luther, responsável por esta organização não-governamental (ONG) de direitos humanos para o Médio Oriente e África do Norte, citado em comunicado.

"Apelamos às autoridades que procedam à imediata libertação e sem condições de todas as pessoas detidas apenas por terem exercido o seu direito à liberdade de expressão e se reunirem pacificamente", prosseguiu, sublinhando que "muitos [detidos] nem participaram nas manifestações".

Ao recorrer a dados de organizações locais, a AI afirma que, entre 10 e 20 de setembro, a polícia egípcia deteve entre 571 e 735 pessoas em 17 distritos, com idades entre os 11 e os 65 anos.

No domingo, o procurador indicou ter ordenado a libertação de 65 menores.

Cerca de 500 pessoas ainda permanecem na prisão e pelo menos duas foram mortas nos confrontos, afirmou hoje a Amnistia, que pediu um inquérito sobre as circunstâncias destas mortes.

No domingo, um homem foi morto a tiro durante incidentes entre manifestantes e a polícia indiciaram à agência noticiosa AFP familiares e fontes médicas.

Uma fonte dos serviços de segurança negou a utilização de armas de fogo pela polícia, ao referir que apenas dispararam gás lacrimogéneo para dispersa a concentração de protesto.

Estas manifestações ocorreram após Mohamed Ali, um conhecido empresário no exílio, ter apelado aos egípcios para descerem à rua em protesto contra Abdel Fattah el-Sisi e o Governo.

Este empresário do setor da construção civil e ator publicou em 2019 vídeos que se tornaram virais nas redes sociais, acusando El-Sisi e a elite militar de corrupção. Os vídeos originaram manifestações em todo e o país e cerca de 4.000 detenções.

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