Preço dos alimentos aumentou cerca de 200% no Sudão no espaço de um ano
O preço dos alimentos aumentou cerca de 200% num ano no Sudão, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o que antecipa um quadro sombrio no país, atingido pela inflação, a desvalorização da moeda nacional e inundações.
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Mundo ONU
"Os preços dos alimentos locais aumentaram quase 200% em relação a 2019, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM), e a inflação levou a um aumento do preço dos alimentos básicos, como o sorgo, que subiu 240% num ano", frisou hoje o gabinete das Nações Unidas para a coordenação dos assuntos humanitários (Ocha).
De acordo com o relatório da organização, "os preços dos alimentos continuarão elevados até que a produção atual chegue ao mercado neste outono".
A situação é suscetível de "prolongar o elevado nível de insegurança alimentar, um dos mais altos numa década" no Sudão, acrescentou o Ocha.
Também os custos dos serviços de saúde quase duplicaram, aumentando 90% durante o mesmo período.
A situação económica é catastrófica, com uma inflação anual de 170% em agosto, agravada pela escassez de combustível, alimentos, medicamentos e produtos de higiene.
A constante desvalorização da libra sudanesa em relação ao dólar, que passou de 70 para 230 libras sudanesas num ano, reduziu o poder de compra num país onde 90% das famílias gasta 65% do seu rendimento em alimentos.
"São as populações mais vulneráveis, empobrecidas e marginalizadas do país que são mais duramente atingidas", acentua o relatório.
Segundo o Ocha, a situação "aumenta a fome, reduz o acesso à educação, à saúde e a outros serviços essenciais".
Cerca de 9,6 milhões de pessoas, um quarto da população, estão "gravemente inseguras do ponto de vista alimentar", alerta a organização humanitária.
"Espera-se que a redução planeada do Governo nos subsídios aos combustíveis aumente a inflação e assim atinja ainda mais fortemente as famílias mais vulneráveis", acrescentou o Ocha.
As cheias no país foram mais um rude golpe, afetando 860.000 pessoas, segundo um último relatório hoje divulgado, embora as águas do Nilo tenham começado a descer.
As inundações mataram 138 pessoas, segundo a proteção civil, enquanto 172.000 casas foram destruídas ou danificadas desde julho.
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