Ativistas convocam manifestação para pedir demissão de Edeltrudes Costa

Ativistas angolanos convocaram para sábado uma manifestação exigindo a demissão do chefe de gabinete do Presidente da República de Angola, Edeltrudes Costa, que terá sido alegadamente favorecido pelo Estado em contratos milionários.

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Lusa
01/10/2020 16:53 ‧ 01/10/2020 por Lusa

Mundo

Edeltrudes Costa

 

No passado sábado Luanda foi também palco de protestos, com uma marcha do desemprego, organizada por jovens, e dos lesados dos projetos habitacionais da empresa Build Angola que alegam ter sido vítimas de burla e reclamam justiça.

Em declarações à Lusa, Benedito Jeremias "Dito Dali", um dos organizadores, disse que o objetivo "é exigir ao Presidente da República [João Lourenço] que afaste imediatamente Edeltrudes Costa por estar envolvido em negócios ilícitos e alegadas transferências ilícitas de dinheiro para o exterior".

Enquanto isso "aos angolanos faltam medicamentos nos hospitais, faltam médicos, faltam empregos para os jovens", sublinhou "Dito Dali", notando que o desemprego em Angola "é galopante".

O ativista considerou que Edeltrudes Costa não tem condições para continuar no Governo e deve ser afastado, pedindo responsabilização política e criminal do chefe de gabinete e criticando o silêncio de João Lourenço.

"O Presidente da República continua silencioso. Este silêncio compromete as instituições públicas e a própria imagem do Presidente", frisou.

O ativista adiantou que vão ser recolhidas assinaturas durante a manifestação e que serão depois remetidas à presidência e Procuradoria-Geral da República, órgão junto do qual pretendem apresentar uma denúncia pública.

O protesto está a ser convocado pelas redes sociais e tem concentração marcada para as 11:00 no Largo da Independência (1.º de Maio).

O caso, que foi noticiado recentemente pela estação televisiva TVI, envolve a contratação de uma empresa de consultoria de Edeltrudes Costa num negócio que tinha como objetivo a modernização dos aeroportos angolanos e terá rendido vários milhões de euros em contratos públicos que foram autorizados pelo chefe de Estado angolano.

O dinheiro terá sido usado para comprar casas de luxo em Sintra e Cascais, no distrito de Lisboa.

Na semana passada, o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, mostrou-se preocupado com o envolvimento de "figura relevante" da presidência da República em atos de alegado favorecimento em negócios.

Em causa estão "acusações bastante graves de violação à transparência e à Lei da Probidade Pública, inclusive com a indicação de que estas violações foram possíveis, porque também assinadas pelo Presidente da República", destacou Adalberto da Costa Júnior. 

 

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