OIM anuncia investigação a alegados abusos sexuais na RDCongo

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou hoje que vai abrir uma investigação às acusações de abuso sexual no contexto da resposta à epidemia de Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo).

Pelo menos 19 civis mortos em ataques de milícia no nordeste da RDCongo

© Reuters

Lusa
30/09/2020 20:18 ‧ 30/09/2020 por Lusa

Mundo

Ébola

A OIM disse estar "extremamente preocupada" e acrescentou que iria investigar imediatamente um dos seus funcionários contra o qual tinham sido feitas "acusações graves".

Também a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na terça-feira que vai investigar as alegações de exploração e agressões sexuais.

Os dois anúncios surgem pouco depois da publicação, na terça-feira, de uma investigação feita pela agência noticiosa humanitária The New Humanitarian (TNH) e pela Fundação Thomson Reuters.

A investigação, que durou meses, encontrou mais de 50 mulheres que acusam funcionários da OMS e de organizações não-governamentais envolvidas na luta contra o Ébola de exploração sexual entre 2018 e 2020.

As acusações incluem a oferta de sexo em troca da promessa de um emprego ou a rescisão dos seus contratos quando se recusavam.

De acordo com a investigação, as semelhanças nas histórias de várias mulheres sugerem que a prática era generalizada.

"Estes abusos cometidos por funcionários da ONU e outros trabalhadores humanitários são um insuportável ataque à confiança naqueles que são mandatados para proporcionar conforto, muitas vezes em condições humanitárias muito difíceis", frisou a OIM, num comunicado.

A agência das Nações Unidas para as migrações afirmou estar "determinada a investigar e erradicar estes abusos chocantes onde e quando eles ocorrerem".

A organização também se compromete a melhorar a forma como as vítimas podem denunciar estes abusos, reconhecendo que, por vezes, "hesitam em confidenciar" por medo de represálias.

A República Democrática do Congo está a combater uma nova epidemia de Ébola, a décima primeira a atingir o país, que já provocou 50 mortes desde junho.

A anterior tinha causado 2.287 mortes em 3.470 casos entre agosto de 2018 e junho último.

Para combater a epidemia foram investidos mil milhões de dólares (853 milhões de euros).

O vírus do Ébola é transmitido por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados, causando hemorragia grave e tem uma taxa de mortalidade de 90%.

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