Eleições EUA. Linguagem corporal foi arma secreta de Joe Biden?
Primeiro debate presidencial entre Donald Trump e Joe Biden foi considerado pelos analistas como uma derrota para a democracia.
© Getty Images
Mundo Eleições
O primeiro debate presidencial nos Estados Unidos, que decorreu esta terça-feira (madrugada de quarta-feira em Portugal), em Cleveland, foi um verdadeiro caos, repleto de ofensas e interrupções, de acordo com analistas ouvidos pela agência Lusa. Donald Trump manteve o seu comportamento padrão, com um ar zangado e hostil, enquanto Joe Biden apresentou um ar mais acessível e empático.
Quando atacado, o candidato democrata usou o sorriso incrédulo, o sacudir a cabeça e a risada como forma de reação. Contudo, a diferença mais notável entre os dois candidatos terá sido o contacto visual.
Estudos mostram que estabelecer contacto visual com quem comunicamos aumenta a credibilidade, fiabilidade, empatia e até simpatia, aponta a CNN, que analisou a postura dos candidatos.
De acordo com o neurocientista Atsushi Senju, que estuda os aspetos culturais e biológicos do contacto visual no Centro para o Cérebro e Desenvolvimento Cognitivo, em BirkBeck, o contacto visual faz-nos parecer mais conscientes e empáticos. Por outro lado, os seus estudos mostram que evitar o contacto visual pode prejudicar a perceção sobre a sociabilidade e inteligência emocional de quem fala.
No decorrer dos 90 minutos de debate, Trump não olhou uma única vez para os olhos dos americanos (ou seja, diretamente para a câmara). Já Biden, falou e olhou diretamente para a câmara várias vezes, incluindo quando se referiu ao filho, Hunter Biden, defendendo a sua reputação, após o atual presidente dos Estados Unidos ter lançado várias acusações de corrupção e abuso de drogas.
"Isto não é sobre a minha família ou a dela, isto é sobre a sua família. Ele não quer falar do que você precisa", disse, olhando diretamente para o pequeno ecrã.
No final do primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência dos EUA, os analistas dividiram-se sobre quem terá estado melhor, mas concordaram sobre a confusão em que a discussão se transformou e na derrota da razão política.
Os analistas mostraram-se desapontados com a falta de civismo de Trump e com a falta de fervor político de Biden, e questionam mesmo se valerá a pena os eleitores perderem tempo a assistir aos dois debates que restam, nos dias 15 e 22 de outubro.
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