Pandemia? Cooperação e solidariedade "vitais" face ao "enorme teste"
O secretário-geral da ONU reiterou hoje que "mais do que nunca" a cooperação e a solidariedade internacionais são "vitais" num mundo abalado pelo "enorme teste" que representa a atual pandemia, cenário que "exacerbou desigualdades e fragilidades prévias".
© Reuters
Mundo Covid-19
"Estou convencido de que mais do que nunca a cooperação e a solidariedade internacionais são vitais para enfrentarmos os problemas com que nos deparamos e continuaremos a deparar nos anos vindouros", declarou António Guterres, numa mensagem enviada por ocasião da 4.ª Conferência de Lisboa, evento 'online' promovido pelo Clube de Lisboa e subordinado ao tema "A Aceleração das Mudanças Globais -- e os impactos da pandemia".
Sob o mote "Os desafios das mudanças globais", o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) frisou que, só através de cooperação e de solidariedade, o mundo irá conseguir "vencer a pandemia" do novo coronavírus e "idealizar a ambição de um futuro de paz, dignidade e de desenvolvimento sustentável num planeta saudável", em conformidade com as metas da Agenda 2030 (que define as prioridades e aspirações do desenvolvimento sustentável global).
Perante uma pandemia que "constitui um enorme teste, incluindo para as Nações Unidas" e que "exacerbou desigualdades e fragilidades prévias", Guterres salientou a importância de "um repensar de abordagens no processo de recuperação".
"Tenho referido a necessidade de um novo contrato social no seio de cada país, bem como de um novo acordo global entre Estados, que promovam a globalização justa, uma mais equitativa distribuição de poder, riqueza e oportunidades e uma mais eficaz 'governance' internacional", afirmou o antigo primeiro-ministro português que assumiu a liderança da ONU em janeiro de 2017.
E prosseguiu sem esquecer as questões ambientais: "Importa também que os Estados à medida que forem recuperando as respetivas economias, se empenhem na ação climática, acelerando a transição energética de modo a atingirem neutralidade carbónica em 2050".
António Guterres mencionou ainda que é neste "contexto difícil", a enfrentar um vírus que "afetou a todos e que não conhece fronteiras", que a ONU comemora este ano o seu 75.º aniversário.
Durante a mensagem, o representante elencou, entre outras ações, a mobilização da ONU, nomeadamente através da Organização Mundial da Saúde, "na assistência médica e sanitária, sobretudo aos países com menos recursos e com sistemas de saúde mais frágeis".
"Lançou também um plano global de resposta na área humanitária e produziu ainda uma análise profunda dos impactos e consequências da pandemia em diversos setores, empenhando-se a combater a desinformação", indicou.
Guterres relembrou ainda o apelo que fez em março passado para "um cessar-fogo global que permitisse focar esforços no combate ao inimigo comum, o vírus", frisando também que reiterou esse mesmo apelo na semana passada perante a Assembleia-geral da ONU.
A necessidade de recursos em larga escala para o apoio aos países menos desenvolvidos e de uma vacina como um "bem público global acessível a todos" foram outras das mensagens focadas pelo secretário-geral da ONU.
A 4.ª edição das Conferências de Lisboa conta até sexta-feira com a presença de cerca de 30 oradores e especialistas portugueses e internacionais de diversas áreas do conhecimento.
As divergências sobre a ação climática, o futuro da União Europeia (UE) e o impacto da pandemia nas desigualdades são alguns dos temas em debate nesta conferência transmitida através de plataformas digitais.
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