Dezenas de personalidades pedem fim dos crimes contra uigures na China
Dezenas de intelectuais, atores e políticos apelaram hoje à comunidade internacional para tomar medidas "poderosas" e "rápidas" para pôr fim ao "crime contra a humanidade" em curso contra os uigures em Xinjiang, na China.
© Reuters
Mundo Uigures
"Durante anos, o regime chinês prendeu milhões de seres humanos em campos de concentração, só porque nasceram uigures", escreveram os signatários numa plataforma lançada por iniciativa do eurodeputado Raphaël Glucksmann, no âmbito de uma semana de mobilização nas redes sociais (#FranceforUyghurs #WorldforUyghurs).
Entre as dezenas de signatários da plataforma estão os escritores Salman Rushdie, Roberto Saviano e Leïla Slimani, o realizador Jacques Audiard, o ator Omar Sy, o presidente do Partido Socialista belga, Paul Magnette, o economista francês Thomas Piketty, o historiador Patrick Weil e o presidente do Instituto Uigur da Europa, Dilnur Reyhan.
"Esterilizações sistemáticas, abortos forçados, crianças afastadas dos pais, reincidentes condenados à morte, mulheres forçadas a compartilhar as suas camas com emissários do Partido Comunista Chinês, violações em massa, desde o final de 2016, a 'região autónoma de Xinjiang' está a tornar-se o outro nome da negação da humanidade do homem", recordam.
Os signatários apelam a "todas as consciências do mundo a clamarem a sua indignação" e a exigirem ações "poderosas" e "rápidas".
Os intervenientes pedem em particular o estabelecimento "o mais rápido possível" pelos Governos de "sanções específicas contra os responsáveis pela repressão chinesa em Xinjiang", e "uma política específica de assistência e receção para os uigures que estão a fugir do inferno".
As organizações internacionais, como a ONU, devem lançar comissões de inquérito e "fazer tudo - inclusive ameaçar a China com sanções - para ter acesso aos campos", referem os signatários.
E as "83 empresas multinacionais - da Nike à Volkswagen, da Uniqlo à Amazon - identificadas como beneficiárias da escravidão uigur" devem "cessar - imediatamente - toda a cooperação com os seus fornecedores chineses que exploram a força de trabalho forçado" de uigures.
Como parte desta campanha, deputados franceses lançaram hoje em França "um comité parlamentar de solidariedade com os uigures, com a vontade de fazer tudo para fechar esses campos de vergonha e defender a vida e os direitos dos uigures".
O comité já conta com 53 integrantes.
Localizada no extremo noroeste da China, a região autónoma de Xinjiang foi convertida, nos últimos anos, num Estado policial, após violentos conflitos étnicos, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os han, a etnia maioritária na China, terem abalado o território.
A China é acusada de manter detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.
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