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EUA ameaçam fechar embaixada no Iraque se continuarem ataques

Os Estados Unidos avisaram que a sua embaixada em Bagdade fechará se nada for feito para acabar com os ataques das milícias apoiadas pelo Irão contra interesses norte-americanos na região, disse hoje uma fonte do Governo iraquiano.

EUA ameaçam fechar embaixada no Iraque se continuarem ataques
Notícias ao Minuto

18:26 - 28/09/20 por Lusa

Mundo Míssil

A informação surge no dia em que as autoridades de segurança iraquianas disseram que um míssil Katyusha atingiu uma zona perto do aeroporto de Bagdade, matando cinco civis iraquianos e ferindo gravemente outros dois.

O aviso de Washington, feito já na passada semana, foi claro e transmitido diretamente ao Presidente e ao primeiro-ministro do Iraque, embora não constitua um ultimato, disse uma fonte do Governo dos EUA.

Os Estados Unidos já antes tinham sinalizado o seu desconforto com o lançamento de ataques por grupos apoiados pelo Irão, na zona onde está situada a embaixada norte-americana em Bagdade, no momento em que aumenta a pressão sobre Teerão, com a introdução de novas sanções económicas, por causa do desrespeito pelo tratado nuclear.

O eventual encerramento da embaixada e a retirada do pessoal dos EUA de Bagdade sinalizaria uma retirada significativa de um país no qual sucessivas governos norte-americanos investiram enormes quantias de dinheiro e vidas.

A ameaça de evacuar a embaixada, que alimenta preocupações de uma crise diplomática, foi transmitida na terça-feira passada ao Presidente iraquiano, Barham Saleh, num telefonema com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disseram autoridades iraquianas.

Pompeo terá, depois, repetido o alerta ao primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, no sábado, disse a mesma fonte.

Pompeo disse a Saleh que se a presença dos EUA continuar a ser ameaçada, medidas serão tomadas para fechar a embaixada e uma resposta "forte e violenta" seguirá contra os grupos responsáveis pelos ataques, de acordo com três autoridades iraquianas com conhecimento do telefonema.

Para já, o Governo dos EUA não anunciou nenhuma medida no Iraque, mas Pompeo foi mais longe com al-Kadhimi, nesta conversa, dizendo ao primeiro-ministro que os EUA iniciarão planos para evacuar a embaixada.

Num evidente sinal tangível de tensão nas relações EUA-Iraque, o Departamento de Estado norte-americano encurtou o prazo de isenção de sanções ao Irão em 60 dias, na semana passada.

Apesar de não existir um prazo para o encerramento da embaixada, as autoridades iraquianas parecem ter a impressão de que têm essa medida pode ser tomada nos próximos dois meses.

"Os Estados Unidos observarão quais as medidas que o Governo do Iraque tomará, dentro de dois meses", disse um alto funcionário iraquiano.

Al-Kadhimi, Saleh e o presidente do Parlamento, Mohamed al-Halbousi, reuniram, no final do domingo, tendo decidido apoiar medidas para impedir o ataque de missões diplomáticas, nomeadamente as dos Estados Unidos.

As autoridades iraquianas também disseram que dois fatores podem determinar se a liderança do Iraque pode evitar uma crise diplomática iminente: a segurança dos protestos planeados para as próximas semanas, para assinalar um ano desde o início das manifestações antigovernamentais em massa, e a política interna dos EUA a poucas semanas das eleições presidenciais de 03 de novembro.

O encerramento da embaixada em Bagdade - que é, em tamanho físico, a maior missão diplomática dos EUA no mundo - será sempre um processo complexo e demorado.

O Departamento de Estado não comenta o assunto, mas Pompeo tem repetido que não tolera ameaças a embaixadas com a bandeira dos EUA.

"Temos dito que as ações das milícias sem lei apoiadas pelo Irão continuam a ser o maior obstáculo à estabilidade no Iraque", disse recentemente o chefe da diplomacia norte-americana.

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