UE manifesta "desilusão e preocupação" com demissão de Mustapha Adib
A União Europeia (UE) manifestou hoje "desilusão e preocupação" com a demissão, no sábado, do primeiro-ministro indigitado do Líbano, Mustapha Adib, e apelou aos líderes políticos libaneses que façam "o máximo" para a formação atempada de um Governo.
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Mundo Líbano
"A União Europeia nota com desilusão e preocupação a resignação do primeiro-ministro designado Mustapha Adib e as circunstâncias que levaram à sua decisão", lê-se num comunicado do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
"Os líderes do Líbano devem unir-se e fazer o máximo para a formação atempada de um Governo, que tem de ser capaz de dar resposta às necessidades e exigências legítimas do povo libanês e estar empenhado em enfrentar os agudos e múltiplos desafios do Líbano", acrescenta-se no texto.
O Alto Representante aponta nomeadamente as crises humanitária, socioeconómica e financeira que o país atravessa, assim como a pandemia provocada pelo novo coronavírus e a reconstrução de Beirute após a explosão que abalou o porto da cidade no princípio de agosto.
"A rápida formação de um Governo será também crucial para alcançar um acordo urgentemente necessário com o Fundo Monetário Internacional", frisa ainda Josep Borrell, reafirmando o "apoio continuo e forte" da UE ao Líbano.
O primeiro-ministro indigitado do Líbano, Mustapha Adib, demitiu-se no sábado face ao impasse político sobre a formação de Governo.
Os partidos políticos libaneses comprometeram-se no início de setembro a formar um Governo "de missão" composto por ministros "competentes" e "independentes" no prazo de duas semanas, para retirar o país da crise económica, segundo o anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, na sua visita a Beirute.
Mas o processo está num impasse devido a divergências sobre a atribuição das pastas ministeriais. O principal obstáculo vem do movimento xiita Hezbollah, "peso pesado" da política libanesa, e do seu aliado Amal, dirigido pelo presidente do parlamento, Nabih Berri, que exigem a pasta das Finanças.
O Líbano vive há um ano uma das piores crises económicas, sociais e políticas da sua história, marcada pela queda da sua moeda, uma hiperinflação e o empobrecimento em larga escala da população.
A crise foi amplificada pela pandemia da covid-19 e pela trágica explosão de 4 de agosto no porto do Beirute, que catalisou a mobilização da comunidade internacional. Esta exige, no entanto, reformas em contrapartida do apoio no valor de vários milhares de milhões de euros.
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