Nagorno-Karabakh: Inferência estrangeira em conflito é "inaceitável"
A diplomacia da União Europeia (UE) considerou hoje que interferência estrangeira na região separatista de Nagorno-Karabakh "é inaceitável", apelando também ao cessar-fogo imediato entre Arménia e Azerbaijão após uma escalada nas tensões durante o fim de semana.
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"A posição da UE é clara. A interferência estrangeira não é aceitável e é preciso evitá-la", declarou o porta-voz principal da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Peter Stano.
Respondendo às questões dos jornalistas na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, Peter Stano disse que a UE "espera e apela para que todos façam tudo o que possam para evitar uma nova guerra porque isso é a última coisa que a região precisa".
"A escalada de tensões em Nagorno-Karabakh é muito preocupante porque acarreta sérias consequências para a estabilidade da região e é por isso que a UE apela a ambas as partes para evitarem a violência e para pararem imediatamente o confronto armado", considerou.
E vincou: "Apelamos a um cessar-fogo imediato, ao fim das hostilidades, à redução das tensões".
Insistindo que "não existe solução militar para este conflito", Peter Stano pediu também que "todos os envolvidos voltem às negociações no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa", classificando este passo como "muito urgente".
"Defendemos que todos os atores regionais devem contribuir para parar o confronto armado e para permitir uma resolução pacífica deste conflito", adiantou, concluindo que "ninguém deveria estar interessado e ninguém vai beneficiar com uma guerra".
O Azerbaijão e a Arménia acusam-se mutuamente de terem iniciado as hostilidades no domingo e declararam a lei marcial, mantendo uma linguagem hostil.
Além de ter declarado a lei marcial no país, o Azerbaijão fez também saber que o recolher é obrigatório na capital, Baku, e em várias outras cidades importantes, após a escalada de violência entre separatistas de Nagorno-Karabakh, apoiados pela Arménia, e as forças azeris.
A Arménia e o Azerbaijão estão em estado de guerra desde 1991, embora três anos depois tenham assinado um cessar-fogo, que vigora até hoje, apesar de violações por ambas as partes.
Nagorno-Karabakh é uma região separatista do Azerbaijão, habitada principalmente por arménios.
Território do Império Russo disputado pela Arménia e Azerbaijão durante a guerra civil após a revolução bolchevique de 1917, Nagorno-Karabakh foi anexada em 1921 por Josef Estaline à República Socialista Soviética do Azerbaijão, tendo obtido, a partir de 1923, um estatuto autónomo.
Os combates, os mais mortíferos desde 2016, estão a causar preocupação internacional, tendo a União Europeia, o Conselho Europeu, a Rússia, a França e a Alemanha lamentado os confrontos e pedido a cessação imediata das hostilidades, bem como o regresso à mesa de negociações.
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