Tikhanovskaya quer que PR francês seja mediador da crise
A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, apelou ao Presidente francês, Emmanuel Macron, que seja o mediador na crise da Bielorrússia, declarou a opositora à agência de notícias AFP.
© Arturas Morozovas/Getty Images
Mundo Bielorrússia
"Precisamos urgentemente de mediação para evitar que mais sangue seja derramado. Macron pode ser esse mediador e pode influenciar Putin, com quem tem boas relações", disse Svetlana Tikhanovskaya, que espera encontrar-se com o Presidente francês durante a visita de Macron a Vilnius, na Lituânia, que ocorre entre hoje e terça-feira.
"Solicitámos essa reunião, mas ainda não temos confirmação. Mas espero que possamos encontrar-nos, talvez amanhã" (terça-feira), disse a opositora bielorrussa.
Este primeiro encontro com um líder internacional seria para Tikhanovskaya "uma confirmação importante", sublinhou.
"Sabe-se que Macron e a França mediaram em muitos outros casos. Claro que preferiríamos resolver este problema nós mesmos, mas vemos que as atrocidades continuam, que o povo bielorrusso está a sofrer e que as autoridades não iniciam um diálogo", acrescentou Tikhanovskaya.
"Macron é um dos líderes mais poderosos da Europa e do mundo e poderia ser pelo menos um dos mediadores", reafirmou a opositora.
No domingo, na véspera da sua partida para Vilnius, o Presidente francês pediu claramente a saída do chefe de Estado bielorrusso, Alexander Lukashenko, cuja eleição nem a União Europeia (UE) nem os Estados Unidos reconhecem, pois foi considerada fraudulenta.
"Lukashenko deve sair", disse Macron numa entrevista, saudando a coragem dos manifestantes bielorrussos que novamente marcharam aos milhares no domingo contra o regime.
A opositora bielorrussa disse estar "muito satisfeita" com a declaração, mas agora espera um apoio concreto da França e da Europa.
"Gostaria de lhe pedir que não ajude financeiramente o regime e que recuse qualquer relação comercial com as empresas que o apoiam. Gostaríamos também que apoiasse as sanções individuais contra os responsáveis por crimes cometidos depois das eleições e contra empresas e homens negócio que apoiam o regime", afirmou Tikhanovskaya.
"Há países mais corajosos na Europa e outros menos, o que não quer dizer que não nos apoiem", comentou Tikhanovskaya, sobre o fracasso dos 27 em chegar a um acordo sobre sanções devidas a um veto cipriota.
"Os protestos na Bielorrússia não vão parar. As pessoas não vão mais aceitar este regime sob o qual vivem há anos. Eles vão lutar mais e mais", disse a opositora.
"Não posso parar e desistir, porque há muitos inocentes na prisão", acrescentou Tikhanovskaya, que deixou a Bielorrússia e se instalou na Lituânia em 11 de agosto, após as eleições presidenciais de 09 de agosto.
Svetlana Tikhanovskaya havia-se candidatado à eleição presidencial após a prisão do marido, um candidato da oposição.
A mulher, de 38 anos, permanece muito discreta sobre as circunstâncias da sua fuga.
"Tudo o que posso dizer é que fui à Comissão Eleitoral às 15:00 e, às 03:00 da manhã (do dia seguinte), eu já estava a cruzar a fronteira com a Lituânia. A minha saída, obviamente, não foi voluntária", disse, sem maiores detalhes.
A Comissão Eleitoral Central aprovou a vitória de Lukashenko, com 80,1% dos votos, face aos 10% da sua maior opositora, Svetlana Tikanovskaya, que considera o sufrágio fraudulento.
Apesar dos fortes protestos com centenas de milhares de pessoas, que acontecem todas as semanas desde 09 de agosto e da posição internacional, Alexander Lukashenko tomou posse na semana passada.
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