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Venezuela: Diário suspende cobertura noticiosa por falta de gasolina

O diário 'Yaracuy al Dia' suspendeu sábado, indefinidamente, a edição imprensa e a cobertura de acontecimentos noticiosos no estado venezuelano de Yaracuy devido à escassez de gasolina no país.

Venezuela: Diário suspende cobertura noticiosa por falta de gasolina
Notícias ao Minuto

06:27 - 27/09/20 por Lusa

Mundo Yaracuy al Dia

A suspensão foi anunciada através de um comunicado divulgado nas redes sociais, no qual o diário fundado em 15 de novembro de 1973 explicou que "tem sido um grande desafio continuar a trabalhar" devido "às adversidades decorrentes da crise no país".

"A delicada situação agravou-se nos últimos meses com a forte escassez de gasolina, que se complicou nas últimas semanas. Diante desse cenário crítico, fomos obrigados a reduzir o transporte de equipas de imprensa e reduzir as rotas de distribuição, para esticar a pouca gasolina com que se contava", adianta-se.

Segundo o 'Yaracuy al Dia', o não ter podido abastecer as viaturas, apesar do plano de contingência interno, "impede que se trabalhe regularmente, pelo que a edição impressa não circulará, até novo aviso".

"Continuaremos a estar presentes nas redes sociais, na medida do possível, pois não temos combustível nem para as marcações", sublinha-se.

Através rede social Twitter, o diário 'Yaracuy al Dia' e residentes no estado de Yaracuy deram conta de que a população local realizou protestos contínuos nos últimos cinco dias, devido à falta de gasolina, aos apagões elétricos, a problemas no abastecimento de água e de gás, entre outros serviços.

Os protestos registaram-se nas cidades de Cocorote, Nirgua e Bruzual e, apesar de serem reprimidos diariamente pelas forças de segurança, a população regressou às ruas.

Pelo menos duas dezenas de pessoas foram detidas no âmbito dos protestos e no sábado, a sede da Câmara Municipal de Chivacoa (Bruzual) foi parcialmente incendiada durante os confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.

Desde há vários meses que na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população de dificuldades para conseguir combustível.

Nas últimas semanas, as filas para obter gasolina multiplicaram-se em várias regiões, com a população a queixar-se de que, mesmo a preços internacionais, há cada vez mais dificuldades para abastecer, inclusive na cidade de Caracas, a capital do país.

O Governo venezuelano diz que as sanções impostas pelos EUA trouxeram "graves prejuízos a todo a indústria energética, afetando em maior medida o sistema de refinação e produção de combustíveis".

Já a oposição acusa o Governo de ter "desmantelado" a indústria petrolífera e de ter feito acordos prejudiciais com a China e a Rússia.

Em 01 de junho, o Governo venezuelano fixou pela primeira vez o preço dos combustíveis em dólares norte-americanos, com subsídios para alguns setores básicos.

O aumento teve lugar depois de chegarem à Venezuela cinco navios com combustível proveniente do Irão, uma operação que foi questionada pelos EUA, que anunciaram ter apresado, pela primeira vez, quatro petroleiros iranianos que transportavam gasolina para a Venezuela.

A 14 de setembro, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, anunciou que um barco proveniente do Irão tinha chegado à Venezuela com gás condensado para produzir gasolina, contornando as sanções impostas pelos Estados Unidos contra ambos países.

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