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Angola não vai aos mercados porque custo é "absurdamente alto"

A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, disse hoje que o país não tem condições para emitir dívida nos mercados internacionais porque o custo é "absurdamente alto" devido à perceção sobre as contas públicas.

Angola não vai aos mercados porque custo é "absurdamente alto"
Notícias ao Minuto

22:45 - 25/09/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"Sobre a ida aos mercados, temos de olhar para o contexto: se quiséssemos ir hoje aos mercados iríamos pagar preços absurdamente altos devido às condições económicas e de perceção relativamente à situação das nossas contas públicas", argumentou a ministra das Finanças durante uma entrevista ao 'site' AfricaNews.

Na entrevista, Vera Daves disse que o Governo tem privilegiado a contração de dívida concessional, isto é, a entidades multilaterais ou credores institucionais, com taxas de juro abaixo das praticadas pela banca comercial.

De acordo com os dados da agência de informação financeira Bloomberg, os investidores estavam hoje a exigir juros na ordem dos 13%, acima dos cerca de 10% acordados na última emissão de dívida pública que Angola fez nos mercados financeiros.

Sobre a sustentabilidade do volume de dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, a ministra considerou que o rácio de mais de 100% é sustentável e lembrou que o Fundo Monetário Internacional (FMI), na terceira revisão ao programa, partilha a mesma opinião.

"Esta decisão da administração do FMI mostra que aprovaram o plano do programa e prova que, apesar da forte pressão, a dívida é sustentável e por isso vamos ter acesso a um desembolso de 500 milhões de dólares [430 milhões de euros] já, e mais 500 milhões na próxima revisão, ficando disponível agora, por estes dias, um valor de mil milhões de dólares, devido ao aumento do montante total do empréstimo]", disse a governante.

A pandemia de covid-19 exacerbou a pressão sobre a economia angolana, que enfrenta uma recessão há quatro anos, e que se deverá prolongar por mais este ano, a que se junta a descida do preço das matérias-primas, nomeadamente o petróleo, e o abrandamento da procura e do investimento internacional.

O conselho de administração do FMI aprovou na semana passada o pedido de Angola para o aumento da assistência financeira, desembolsando de imediato mil milhões de dólares e elevando o total do programa para quase 4,5 mil milhões de dólares.

"A decisão do conselho de administração permite um desembolso imediato de mil milhões de dólares [847 milhões de euros] para Angola e um aumento de cerca de 765 milhões de dólares [648 milhões de euros] até ao fim do programa", para quase 4,5 mil milhões de dólares (3,83 mil milhões de euros), anunciou então o FMI.

No comunicado de imprensa que acompanha o anúncio, o FMI explica que esta terceira avaliação positiva da ajuda financeira dada ao abrigo da Linha de Financiamento Ampliada (Extended Fund Facility, no original em inglês) permite o desembolso de mais mil milhões de dólares, perfazendo cerca de 2,5 mil milhões de dólares (2,13 mil milhões de euros) já entregues desde a assinatura do acordo, em 07 de dezembro de 2018.

Angola registou hoje 115 novas infeções pelo novo coronavírus e cinco óbitos, somando agora 4.590 casos positivos e 167 mortes pela covid-19, informaram as autoridades sanitárias do país.

A pandemia da covid-19 já provocou pelo menos 984.068 mortos e cerca de 32,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 35.009 mortos confirmados em mais de 1,4 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

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