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Investigação australiana mapeia 380 campos de detenção em Xinjiang

A China está a expandir a sua rede de centros de detenção em Xinjiang, onde membros de minorias étnicas de origem muçulmana estão a ser alvos de uma campanha de assimilação forçada, segundo uma unidade de investigação australiana.

Investigação australiana mapeia 380 campos de detenção em Xinjiang
Notícias ao Minuto

08:16 - 25/09/20 por Lusa

Mundo China

O Australian Strategic Policy Institute, unidade de investigação criada pelo Governo da Austrália, usou imagens de satélite e documentos oficiais de licitação para projetos de construção para mapear mais de 380 centros de detenção na remota região autónoma de Xinjiang.

A mesma fonte encontrou campos de internamento, centros de detenção e prisões que foram recentemente construídos ou ampliados.

O relatório apresentou evidências de que a China mudou a sua política de prender uigures e outras minorias muçulmanas em prédios públicos improvisados, e passou a construir instalações permanentes de detenção em massa.

Isto apesar de o Governo chinês ter informado que os "estagiários" que frequentavam o que designa de "centros de educação e treino vocacional", com o objetivo de os "libertar" do extremismo islâmico, já estavam "todos formados" e a trabalhar.

Citado pela imprensa oficial, o presidente do governo regional, Shohrat Zakir, disse que as estimativas de organizações de defesa dos direitos humanos, de que entre um milhão e dois milhões de pessoas estavam a ser sujeitas a detenções extrajudiciais, foram fabricadas, embora não tenha avançado qualquer número.

As minorias predominantemente muçulmanas na região de Xinjiang foram detidas em campos, como parte de uma campanha de assimilação do Governo chinês, lançada em resposta a décadas de resistência, por vezes violenta, contra o domínio chinês.

Embora as autoridades tenham descrito os campos como instalações semelhantes a um internato, destinadas a fornecer treino profissional gratuito, antigos detidos dizem terem sido submetidos a condições brutais, doutrinação política, espancamentos e, às vezes, tortura psicológica e física.

Uma investigação da agência Associated Press revelou que o Estado chinês forçou as mulheres uigures a fazerem esterilizações e abortos.

O pesquisador do Australian Strategic Policy Institute, Nathan Ruser, escreveu no relatório que as "evidências disponíveis sugerem que muitos detidos de forma extrajudicial na vasta rede de campos de 'reeducação' em Xinjiang estão agora a ser formalmente acusados e presos em instalações de segurança superior, incluindo recém-construídas, ou em prisões expandidas, ou enviados para complexos de fábricas fechados, para realizarem trabalho forçado".

Em pelo menos 61 locais de detenção registaram-se novas construções e obras de expansão recentes, segundo o relatório.

"Destes, cerca de 50% são instalações de segurança mais elevada, o que pode sugerir uma mudança no uso de centros de reeducação e segurança mais baixa para instalações do estilo prisão de segurança elevada", escreveu Ruser.

Pelo menos 70 instalações parecem ter agora menos segurança, com a remoção de cercas internas ou paredes de perímetro, acrescentou o relatório.

Isto incluía oito acampamentos que mostravam sinais de desativação e que possivelmente foram fechados.

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