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Teerão acusa Riade de culpar outros pelos seus crimes

O Irão acusou hoje a Arábia Saudita de distorcer a realidade e de culpar outros pelos seus crimes, um dia depois de um discurso do rei Salman na Assembleia-Geral da ONU atacando a República Islâmica.

Teerão acusa Riade de culpar outros pelos seus crimes
Notícias ao Minuto

12:58 - 24/09/20 por Lusa

Mundo Irão

O monarca saudita acusou o Irão de "atividades expansionistas", de "terrorismo" e do ataque a infraestruturas petrolíferas na Arábia Saudita no ano passado.

"A Arábia Saudita tentou durante anos escapar à realidade e não responder pelos seus crimes, culpando (os outros) e distorcendo os factos", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, num comunicado.

Riade acusa Teerão de ter fornecido aos rebeldes Huthi do Iémen aviões não tripulados ('drones') e mísseis utilizados no ataque contra instalações do gigante do petróleo saudita Aramco, em setembro de 2019.

O Irão negou qualquer envolvimento e o ataque, que reduziu por pouco tempo a metade a produção petrolífera do país, foi reivindicado pelos Huthis.

O porta-voz acusou Riade de ser "o principal apoio financeiro e logístico do terrorismo na região" e de estar "na origem do pensamento dos grupos terroristas 'takfiris'", termo utilizado por Teerão para se referir aos grupos 'jihadistas' sunitas, como o Estado Islâmico.

Uma coligação internacional dirigida pela Arábia Saudita intervém desde 2015 na guerra do Iémen, apoiando o governo reconhecido internacionalmente face ao avanço dos rebeldes xiitas ajudados pelo Irão.

O conflito já causou dezenas de milhares de mortos, essencialmente civis, segundo várias organizações não-governamentais. Mais de dois terços da população necessita de ajuda humanitária, de acordo com a ONU.

As tensões entre Riade e Teerão, que não têm relações diplomáticas desde 2016, aumentaram no ano passado após uma série de ataques contra petroleiros no Golfo Pérsico, que Washington atribuiu ao Irão.

"A Arábia Saudita está a delirar devido às suas derrotas contínuas no Iémen, no terreno e politicamente", declarou Khatibzadeh, que qualificou o reino de "criatura miserável" por apoiar a pressão dos Estados Unidos contra o Irão e as tentativas de normalização das relações entre os países árabes e Israel, inimigo da República Islâmica.

Washington mantém uma "pressão máxima" sobre o Irão, a quem reimpôs duras sanções após se ter retirado em 2018 do acordo internacional sobre o nuclear iraniano de 2015.

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