"A inação das autoridades italianas e alemãs obriga-nos a esta medida", garantiu o responsável pela Sea-Eye, Gorden Isler, num comunicado.
Desde a noite de terça-feira, o Alan Kurdi dirige-se para o porto no sul de França, onde estava "planeado mudar a tripulação e preparar-se para uma nova intervenção" no Mediterrâneo oriental, segundo a organização não-governamental, com sede em Regensburg, Baviera (Alemanha).
Na manhã de terça-feira, a guarda costeira italiana retirou duas mulheres, um homem e cinco crianças, incluindo um bebé de 5 meses do navio, segundo a Sea-Eye, acrescentando numa mensagem publicada na rede social Twitter que 125 pessoas ainda estão a bordo do barco.
A Sea-Eye explicou que até terça-feira à noite, "nenhum posto de comando de operações de resgate europeu assumiu a coordenação das pessoas resgatadas que estão no Alan Kurdi.
A organização renovou na noite de terça-feira os seus apelos aos postos de comando da Itália, Malta, Alemanha e França, bem como ao Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, "mas nenhum respondeu", sublinhou a Sea-Eye.
O ano de 2020 é marcado por um aumento de navios no Mediterrâneo central, a rota migratória mais mortal do mundo para candidatos ao asilo na Europa, principalmente vindos a partir da Líbia e da Tunísia.
Entre o início de janeiro e o final de julho, as tentativas de travessia da Líbia aumentaram 91%, em relação ao mesmo período do ano passado, representando 14.481 pessoas que embarcaram. As da Tunísia dispararam, com 10.174 pessoas a tentar a travessia, um aumento de 462%.
Mais de 300 migrantes já morreram este ano ao tentar fazer a travessia, mas o número poderá ser muito maior, estima a Organização Internacional para as Migrações (OIM).