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Presidente da Câmara dos Deputados considera afronta visita de Pompeo

O presidente da Câmara dos Deputados brasileira considerou, na sexta-feira, uma afronta à política externa do país a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, à fronteira do Brasil com a Venezuela.

Presidente da Câmara dos Deputados considera afronta visita de Pompeo
Notícias ao Minuto

06:22 - 19/09/20 por Lusa

Mundo Brasil

Mike Pompeo encontra-se numa viagem de quatro dias pela América do Sul, que o levou ao Brasil, mais concretamente a Roraima, estado brasileiro que acolhe milhares de refugiados venezuelanos, através do programa governamental "Operação Acolhida".

"A visita do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela, no momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial norte-americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em comunicado.

O deputado acrescentou que, por ser presidente da Câmara, sente-se obrigado a destacar que a Constituição Federal prevê que o Brasil oriente as relações internacionais, com base nos princípios de "independência nacional, da autodeterminação dos povos, da não-intervenção e da defesa da paz".

"Patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco deixou-nos um legado de estabilidade nas nossas fronteiras e de convívio pacífico e respeitoso com nossos vizinhos na América do Sul. Semelhante herança deve ser preservada com zelo e atenção, uma vez que constitui um dos pilares da soberania nacional e verdadeiro esteio de nossa política de defesa", concluiu Maia.

Em Roraima, Pompeo reuniu-se na sexta-feira com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, para, segundo a embaixada norte-americana, discutir a imigração venezuelana.

Após o encontro, Mike Pompeo e Ernesto Araújo afirmaram que a Venezuela vai assistir "à queda do regime" do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mas não arriscaram prazos.

"A questão de quando Maduro partirá só pode ser respondida no dia em que ele partir", disse Pompeo, numa conferência de imprensa realizada em conjunto com Araújo, na cidade de Boa Vista, capital do estado brasileiro de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela e que, nos últimos dois anos, foi porta de entrada de cerca de 200 mil venezuelanos fugidos do seu país.

"Ninguém pode prever quando será esse dia, mas esse dia vai chegar", acrescentou o chefe da diplomacia da administração de Donald Trump, secundado pelo ministro brasileiro, que classificou o Governo venezuelano como "tirânico, ditatorial e criminoso".

Na conferência de imprensa, Pompeo admitiu ter-se emocionado quando visitou, com Ernesto Araújo, um centro de acolhimento de venezuelanos em Boa Vista.

"São pessoas que querem o que todos os seres humanos desejam: dignidade. Querem uma Venezuela democrática, pacífica e soberana a que possam chamar lar, onde eles e os filhos tenham empregos e possam viver com dignidade", disse o secretário de Estado norte-americano.

Segundo Araújo, os Estados Unidos e o Brasil partilham o mesmo ideal de "democracia e liberdade" e querem continuar a cooperar na "luta por esses valores" na "nova globalização", que, acontecerá assim que o mundo conseguir vencer a pandemia da covid-19.

Pompeo visitou Boa Vista no âmbito de uma viagem que já passou pelo Suriname e pela Guiana. Logo a seguir à conferência, o responsável norte-americano partiu para Bogotá.

A viagem do secretário de Estado coincide com a divulgação de um duro relatório de uma missão especial da ONU sobre as violações dos direitos humanos na Venezuela, que, segundo o Governo brasileiro, "contribui muito para responsabilizar o regime ditatorial de Nicolás Maduro, que continua a sufocar a democracia".

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