PT brasileiro repudia visita de secretário de Mike Pompeo a Roraima
O Partido dos Trabalhadores (PT) repudiou e manifestou "profunda preocupação" com a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Roraima, estado brasileiro que acolhe milhares de imigrantes venezuelanos.
© Reuters
Mundo Brasil
Num comunicado divulgado na noite de quarta-feira e ao qual a Lusa teve hoje acesso, o PT indicou que a visita, prevista para sexta-feira, "demonstra mais uma vez a submissão" do atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump.
"O Governo brasileiro, capitaneado por Bolsonaro, demonstra mais uma vez a sua submissão aos ditames do Governo de Donald Trump, colocando-se sempre aberto a seguir as suas ordens ou receber os seus representantes no nosso território, num processo contínuo de afronta à nossa soberania", indica o texto do PT.
Segundo o partido de esquerda, a visita tem como objetivo o encontro de Pompeo com imigrantes venezuelanos no Brasil para expressar o seu apoio a esta população que, "segundo o Governo dos Estados Unidos, foge de um suposto regime ilegítimo de Nicolás Maduro [Presidente da Venezuela]".
"As alegações contra Maduro são, porém, totalmente infundadas", advoga o comunicado.
O texto, assinado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, defende que "não é possível acusar de ilegítimo um Governo eleito num processo democrático e legal", sendo que "ilegítima é a constante ingerência norte-americana nos assuntos soberanos de outro país".
Mike Pompeo encontra-se numa viagem de quatro dias pela América do Sul, que o levará ao Brasil, mais concretamente ao estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela.
A comitiva norte-americana passará também pelo Suriname, Guiana e Colômbia, países próximos da Venezuela. Em território brasileiro, Pompeo irá encontrar-se com imigrantes venezuelanos refugiados no país.
Na visão do PT, "causa estranheza" esta deslocação a países vizinhos ou próximos a território venezuelano.
"O PT não se calará ante mais este ataque ao nosso país e seguirá o caminho de sempre na sua defesa, na sua total independência nas relações internacionais e na implementação de uma política soberana para toda a América do Sul. Este é um caminho já trilhado quando ocupámos o Governo federal", que se mostrou de grande êxito, "não somente para o Brasil, como para os seus vizinhos e outras nações em todo o mundo", concluiu o partido.
O PT já demonstrou publicamente estar do lado de Nicolás Maduro e condenou o apoio do Governo de Bolsonaro ao líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó.
As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para 06 de dezembro, data em que o Governo venezuelano espera renovar a Assembleia Nacional, onde a oposição é maioritária e que é presidida por Juan Guaidó.
No entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), anunciaram que não vão participar nas legislativas, que antecipam ser "uma fraude".
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