Numa videoconferência com dirigentes locais do partido que lidera (Partido da Lei e Justiça), Erdogan defendeu a sua política externa e censurou particularmente o Presidente francês, que tem feito repetidas críticas à Turquia.
"Alguns questionam por que razão a Turquia está na Síria, na Líbia, no Mediterrâneo Oriental [...]. Se a Turquia renunciasse a tudo, poderia a França desembaraçar-se da desordem provocada pelo ambicioso e incapaz que a dirige e abraçar uma política de bom senso?", afirmou o Presidente turco.
As relações entre Paris e Ancara deterioraram-se consideravelmente nas últimas semanas devido ao apoio dado por França à Grécia no contencioso que a opõe à Turquia no Mediterrâneo Oriental.
A Turquia e a Grécia disputam zonas no Mediterrâneo Oriental potencialmente ricas em gás natural. A tensão agravou-se no final de agosto, quando os dois países promoveram manobras militares rivais, com França a demonstrar esse apoio enviando navios e aviões militares para a região.
Erdogan criticou hoje também os países da região que pertencem à União Europeia (UE), acusando-os de "montarem armadilhas" à Turquia.
"Com o apoio da nossa nação, vamos continuar a fazer o que é certo, justo e benéfico para o nosso país", disse Erdogan, depois de, na semana passada, Emmanuel Macron ter afirmado que "o povo turco, que é um grande povo, merece outra coisa", numa aparente alusão à política do governo turco.