"O estado de emergência sanitária é prorrogado por mais um mês a partir de 16 de setembro de 2020 em todo o território nacional", refere-se no decreto emitido pelo Presidente guineense e lida na televisão nacional.
O estado de emergência foi ordenado em 26 de março e desde então tem sido prorrogado. Incluiu medidas como o encerramento de fronteiras e escolas, que desde então foram levantadas ou atenuadas, bem como restrições à vida pública e a reuniões.
Os defensores dos direitos humanos e a oposição acusaram as autoridades de utilizarem a pandemia como pretexto para enfraquecer os opositores num ano eleitoral, que culmina com as eleições presidenciais agendadas para 18 de outubro.
A Guiné-Conacri, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, é um país pobre com uma história de protestos e repressão por parte das autoridades, segundo organizações internacionais, e tem sido palco desde outubro de 2019 de uma mobilização contra um terceiro mandato de Alpha Condé, de 82 anos.
Milhares de guineenses manifestaram-se nas ruas contra a recandidatura de Condé, levando a confrontos que provocaram dezenas de mortos entre os civis.
O movimento que lidera este protesto deverá reunir-se hoje e anunciar a data para novas manifestações.
A Guiné-Conacri tem registo de 10.111 casos de infeções pelo novo coronavírus e 63 mortes, segundo os números oficiais.
Em África, há 33.047 mortos confirmados em mais de 1,3 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.