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Vendedoras ambulantes angolanas pioraram condições de vida na pandemia

A pandemia da covid-19 causou dificuldades às zungueiras (vendedoras ambulantes angolanas) no exercício da sua atividade, com impacto sobretudo a nível da satisfação de necessidades básicas, revelou um estudo divulgado hoje em Luanda.

Vendedoras ambulantes angolanas pioraram condições de vida na pandemia
Notícias ao Minuto

20:51 - 15/09/20 por Lusa

Mundo Covid-19

A pesquisa qualitativa, sobre o "Impacto da Covid-19 na Vida das Mulheres Zungueiras em Luanda", foi elaborada pela Associação Observatório de Políticas Públicas da Perspetiva de Género (ASSOGE).

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, refere que a pandemia gerou dificuldades à atividade das zungueiras em termos de clientes, aquisição de mercadorias e vendas, entre outras.

As dificuldades de locomoção impactaram de maneira significativa o exercício da sua atividade, quer pela falta de transporte, quer pela limitação dos horários e dias de venda e/ou cerca sanitária.

Os primeiros casos de covid-19 em Angola foram registados em março, momento em que o chefe de Estadi decretou o estado de emergência, com várias prorrogações, impondo várias medidas de prevenção e combate à pandemia, entre as quais a cerca sanitária nacional e para Luanda, capital do país, o foco da doença.

O estudo revela ainda que as alterações do ambiente de negócio devido à pandemia sobrecarregaram ainda mais as mulheres, com casos de desemprego dos companheiros, tendo as perdas variado entre os 50 e 85%.

"A diminuição na margem de lucro intensificou a precariedade das condições de vida das zungueiras e suas famílias", aponta o relatório, elaborado entre 22 de junho e 31 de julho.

De acordo com o estudo, a maioria das zungueiras, que habitam sobretudo em áreas periurbanas, comercializam alimentos, vivem em união de facto (34%) e os maridos contribuem financeiramente para o agregado familiar.

No que respeita à relação com as autoridades, a pesquisa indica que esta acontece sobretudo no contacto com os fiscais e polícias, cuja ação foi descrita como sendo a habitual -- violência, apreensão de mercadorias, detenção ou pagamento de dinheiro (suborno).

As entrevistadas não atribuíram diretamente as medidas do Governo à sua condição atual, mas, sim, à doença, reconhecendo que as mesmas "garantem a prevenção da doença e protegem o povo". 

Por outro lado, queixaram-se de que a informação divulgada sobre a prevenção da covid-19 centra-se apenas na prevenção do contágio, e não em como sobreviver à doença, embora tenham demonstrado sensibilidade para acatarem as orientações.

O estudo procurou compreender o impacto da covid-19 na vida das mulheres zungueiras, em Luanda, entre os meses de março e maio.

Entre as medidas de prevenção e combate à pandemia impostas pelas autoridades destacavam-se a cerca sanitária nacional, interdição das deslocações e permanência na via pública, uso obrigatório de máscara, distanciamento físico, lavagem das mãos, proibição de celebrações públicas e confinamento obrigatório, entre outras, nomeadamente dias limitados de venda em mercados oficiais e na rua.

Angola registou até agora 3.569 casos positivos de covid-19, dos quais 139 óbitos, 1.332 recuperados e 2.094 ativos, dos quais um está em estado crítico, sob ventilação mecânica invasiva, 17 graves, 47 moderados, 60 ligeiros e 1.969 assintomáticos.

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