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Líbia: ONU exige que embargo de armas seja cumprido

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou hoje uma resolução exigindo que todos os países cumpram o embargo de armas à Líbia, amplamente violado, e retirem todos os mercenários da nação do norte de África.

Líbia: ONU exige que embargo de armas seja cumprido
Notícias ao Minuto

19:51 - 15/09/20 por Lusa

Mundo Líbia

O conselho pediu também negociações políticas e um cessar-fogo, enfatizando que não há solução militar, numa resolução aprovada com 13-0 votos, e com abstenção da Rússia e da China.

A aprovação da resolução surge depois de um relatório recente de especialistas da ONU que monitorizam sanções à Líbia que acusou as partes beligerantes e os aliados internacionais -- Emirados Árabes Unidos, Rússia e Jordânia de um lado e Turquia e Qatar do outro -- de violar o embargo de armas, tornando-o "totalmente ineficaz".

A resolução é acompanhada por uma mudança da estrutura da missão da ONU na Líbia (Manul), sob pressão dos Estados Unidos, que deve incluir um futuro "emissário" assistido por um "coordenador".

Este novo organograma, acompanhado por uma renovação por um ano da missão política de Manul (cerca de 200 pessoas), foi decidido depois de mais de seis meses de divisões e palavras trocadas no Conselho de Segurança.

Cabe agora ao secretário-geral da ONU, António Guterres, designar as duas pessoas que vão ocupar as novas funções.

A Manul não teve mais emissários desde a renúncia em março, por motivos de saúde, do libanês Ghassan Salamé e é dirigida provisoriamente pela sua assistente, Stephanie Williams, uma norte-americana.

A resolução prevê que "seja chefiada por um enviado especial do secretário-geral com o objetivo específico de mediar com atores líbios e internacionais para pôr fim ao conflito".

Sob a sua autoridade, "um coordenador vai cuidar do dia-a-dia e da administração" da missão, afirma o texto.

Entre os nomes citados pelos diplomatas, o do enviado da ONU ao Médio Oriente, o búlgaro Nickolay Mladenov, apareceu com insistência. Mas a Rússia e os africanos que queriam um nacional do seu continente para ocupar o cargo terão de ser convencidos.

Depois da saída de Ghassan Salamé, Guterres escolheu rapidamente o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Ramtane Lamamra, mas este foi recusado em abril pelos Estados Unidos, por motivo não divulgado.

O secretário-geral da ONU abordou então uma ex-ministra ganense, Hanna Serwaa Tetteh, mas Washington voltou a bloquear a nomeação, exigindo que o cargo fosse dividido em dois, com um enviado político e um chefe de missão da ONU, tal como no Sahara Ocidental (sem enviado especial desde maio de 2019) ou Chipre.

As tensões na Líbia, rica em petróleo, aumentaram quando as forças baseadas a leste, sob o comandante Khalifa Haftar, lançaram uma ofensiva em abril de 2019 tentando capturar a capital, Trípoli.

Porém, a campanha de Haftar entrou em colapso em junho, quando as milícias leais ao Governo apoiado pela ONU em Trípoli, com ajuda turca, ganharam vantagem, expulsando as forças de Haftar dos arredores da capital e outras cidades do oeste.

Haftar é apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, Rússia, Jordânia e Egito, enquanto as forças de Trípoli são apoiadas pelo Estado rico do Qatar e pela Turquia, um rival do Egito e dos Emirados Árabes Unidos numa luta regional mais ampla.

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