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ONU denuncia severa degradação da situação no Iémen

Responsáveis das Nações Unidas manifestaram hoje junto do Conselho de Segurança o seu pessimismo sobre a deterioração da situação no Iémen, onde "o espetro da fome está mais presente", denunciando que vários doadores árabes falharam nas suas promessas.

ONU denuncia severa degradação da situação no Iémen
Notícias ao Minuto

22:18 - 15/09/20 por Lusa

Mundo Iémen

"Combates intensificados, necessidades humanitárias aumentadas e a pandemia da covid-19, que está a provocar estragos", afirmou o enviado da ONU Martin Griffiths, referindo-se ao país que "está a desviar-se do caminho da paz".

O enviado das Nações Unidas disse ter enviado, na semana passada, às várias partes um rascunho de "declaração conjunta" refletindo as opiniões expressas em discussões anteriores.

"Agora é hora de as partes concluírem rapidamente as negociações e finalizarem a declaração conjunta" sobre um acordo de paz, contou.

Sobre os combates, o enviado expressou a sua preocupação com a região de Marib, no norte, e especificou que as violações do cessar-fogo decretado em dezembro de 2018 na região de Hodeida, no oeste, continuam a ser diárias.

O secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, alertou sobre o "espetro da fome".

"Vários doadores, incluindo a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Koweit, que têm a responsabilidade particular assumida nos últimos anos, até agora não deram nada do comprometido este ano à ONU" pelo seu plano humanitário, denunciou Lowcock, numa rara acusação direta a membros das Nações Unidas.

"É particularmente repreensível prometer dinheiro, o que dá às pessoas esperança de que a ajuda está a caminho, e depois destruir essas esperanças ao simplesmente não cumprir a promessa", insistiu.

Lowcock prosseguiu dizendo que mais de nove milhões de pessoas foram "afetadas por cortes crescentes em programas de ajuda, incluindo alimentos, água e bens de saúde" e que "continuar a reter dinheiro para resposta humanitária é uma sentença de morte para muitas famílias", apelando aos doadores para "cumprirem as promessas e aumentarem o seu apoio".

A Alemanha, particularmente, considerou escandalosa a atitude dos países árabes mencionados.

"Nas últimas semanas, o conflito agravou-se, principalmente no centro do país" e "em agosto foram mortos mais civis do que em qualquer outro mês desde o início do ano", lembrou o responsável da ONU, acrescentando que "as regiões que passam mais fome são as mais afetadas pelos combates".

Em comunicado divulgado hoje pela organização não-governamental (ONG) Oxfam, 31 organizações iemenitas exortaram "a comunidade internacional e os doadores a exercerem mais pressão sobre as partes no conflito e apoiantes para interromper imediatamente todas as operações militares no país".

A ONG pediu também a garantia de que "todos os esforços se concentrem na batalha contra a covid-19 e no regresso das negociações de paz que devem incluir a participação das mulheres e da sociedade civil.

A guerra no Iémen opõe, há mais de cinco anos, os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, contra forças leais ao Governo, reconhecidas pela comunidade internacional e apoiadas por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita.

O conflito já provocou dezenas de milhares de mortos, a maioria civis, de acordo com várias ONG, e cerca de 24 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, precisam de ajuda humanitária, segundo a ONU.

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