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Ex-presidente da RD Congo, Joseph Kabila, ocupa o seu lugar no senado

O antigo presidente da República Democrática do Congo (RD Congo), Joseph Kabila Kabange, regressou hoje oficialmente à política, sentando-se, pela primeira vez, e por breves momentos no parlamento, num cenário de tensões no seio da coligação governamental.

Ex-presidente da RD Congo, Joseph Kabila, ocupa o seu lugar no senado
Notícias ao Minuto

15:18 - 15/09/20 por Lusa

Mundo RD Congo

Pouco antes das 11:30 locais, Joseph Kabila Kabange, 49 anos, entrou na sala de sessões, vestindo o lenço de senador, perante os aplausos dos seus pares, marcando, assim, o regresso, constatou a agência de notícias France-Presse.

Rodeado por um grupo de operadores de câmara, o antigo chefe de Estado saiu pouco mais de meia hora depois de ouvir o discurso do presidente do Senado, Alexis Thambwe Mwamba, sentado na primeira fila, ao lado do presidente da Assembleia Nacional, Jeanine Mabunda.

Os presidentes de ambas as câmaras são membros da plataforma política de Joseph Kabila, a Frente Comum do Congo (FCC), da qual é o líder indiscutível ("autoridade moral", como dizem os congoleses).

Esta é a primeira vez que o antigo presidente da RDCongo honra o mandato de "senador vitalício", que lhe é conferido pela Constituição do país, como antigo presidente eleito.

Desde que entregou o poder ao seu sucessor, Félix Tshisekedi, em 24 de janeiro de 2019, esta foi uma das primeiras aparições públicas de Kabila, que esteve quase 18 anos à frente do maior país da África subsaariana.

Nos bastidores, Joseph Kabila Kabange, filho de outro antigo Presidente da RDCongo, Laurent Kabila, continua a ser uma figura central na vida política, considerando os que lhe são próximos que está a equacionar regressar ao poder em 2023.

A FCC, partido que lidera, tem uma grande maioria no parlamento e entre os 65 membros do Governo, governando em coligação com Félix Tshisekedi, que foi declarado o vencedor das eleições em dezembro de 2018.

Mas as relações no seio da coligação têm vindo a deteriorar-se nos últimos meses.

Os litígios têm o seu epicentro em questões como o próximo presidente da Comissão Eleitoral, um projeto de reforma da justiça, e a proposta para a eleição do Presidente da República pelo parlamento prevista pelos membros da FCC.

Estas tensões políticas passaram para as ruas e, em julho, pelo menos dois manifestantes e um polícia foram mortos durante manifestações proibidas organizadas pelo partido presidencial, a União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), contra a escolha do novo presidente da comissão eleitoral, Ronsard Malonda.

Na segunda-feira, a presidente da Assembleia Nacional disse que sentia que estavam "a violar a sua dignidade como mulher", depois de comentários sexistas e racistas sobre a sua aparência terem sido atribuídos a um apoiante da UDPS que estava a assediar a multidão fora da sede do partido.

No seu discurso, o presidente do Senado considerou deplorável o "tribalismo" nas redes sociais e propôs a criação de uma conta para financiar a preparação das próximas eleições em 2023.

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