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Câmara de Energia Africana defende perdão de dívida para África recuperar

O presidente da Câmara de Energia Africana (CEA), NJ Ayuk, defendeu hoje um perdão da dívida dos países africanos mais afetados pela pandemia da covid-19 para permitir "achatar a curva" e recuperar as economias.

Câmara de Energia Africana defende perdão de dívida para África recuperar
Notícias ao Minuto

11:54 - 14/09/20 por Lusa

Mundo África

"Os membros do G20 deviam concordar em perdoar os pagamentos dos países africanos, especificamente dos devedores africanos elegíveis para a Iniciativa da Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, em inglês), ou seja, países que se comprometam com uma agenda virada para o futuro que inclua reformas abrangentes e viradas para o mercado, bem como salvaguardas de liberdade económica, boa governação, comércio livre e investimentos em educação", escreveu o empresário.

Numa nota enviada às redações, o líder da CEA, uma entidade privada destinada a fomentar os investimento em África, defende que esta ideia "está em linha com os ideais que ajudaram os países do G20 a conseguir tanto no que diz respeito ao crescimento económico" e argumenta que "isto é exatamente o que África precisa para maximizar as hipóteses de relançar o crescimento perdido com a pandemia, e garantir um crescimento sustentável no futuro, quando as vacinas e os tratamentos eliminaram a ameaça da covid-19".

O apelo de NJ Ayuk segue-se a vários pedidos de líderes africanos para a extensão da DSSI, inicialmente prevista para durar até ao final do ano, e que o G20 deverá decidir em novembro sobre a aplicação também em 2021.

No final de agosto, o presidente do Senegal já se tinha juntado a outros analistas e instituições financeiras internacionais para defender a necessidade de aumentar o apoio aos países africanos, ainda a recuperar não só dos efeitos das medidas de contenção da pandemia, mas também da redução do preço das matérias primas e do forte abrandamento da procura em tempos de redução da atividade económica mundial.

"Para a maior parte dos países africanos os esforços internos não vão ser suficientes para reduzir o choque da covid-19 e relançar o crescimento económico", disse Macky Sall, citado pelo presidente da CEA.

"Precisamos de mais capacidade financeira, e é por isso que, juntamente com outros colegas, pedi um alívio substancial da dívida pública e privada africana em termos a serem acordados", acrescentou o chefe de Estado no final do mês passado.

Por outras palavras, diz Ayuk, o Presidente "está a pedir ao G20 para dar tempo a África para achatar a curva" e relançar as economias, adotando novas regras, tal como os países da zona euro fizeram quando eliminaram temporariamente o limite de 3% do défice para permitir potenciar o crescimento das economias.

O alívio da dívida, concluiu, "é mesmo necessário para achatar a curva, e vai dar a África o tempo e o espaço para começar a trilhar um caminho rumo à recuperação", que inclui novos investimentos, um setor energético sustentável, acesso dos cidadãos a eletricidade, promoção da inovação e do empreendedorismo, criação de empregos e remoção de burocracias e obstáculos administrativos.

África registou 123 mortos devido à covid-19 nas últimas 24 horas, passando a um total de 32.625 em 1.353.283 casos de infeção, de acordo com os números mais recentes da pandemia no continente.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas registaram-se, nos 55 Estados-membros da organização, mais 6.625 novos casos de infeção com o novo coronavírus, metade dos quais no norte de África, e houve mais 7.238 recuperados, para um total de 1.090.676.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África Subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 921.097 mortos e mais de 28,8 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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