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Negociações de paz entre os talibãs e o Afeganistão começam sábado

As tão esperadas conversações de paz entre os talibãs e a equipa de negociação do Governo afegão deverão começar sábado no Estado árabe do Golfo do Qatar, anunciaram hoje os talibãs e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.

Negociações de paz entre os talibãs e o Afeganistão começam sábado
Notícias ao Minuto

23:47 - 10/09/20 por Lusa

Mundo Afeganistão

As conversações - conhecidas como negociações intra-afegãs - foram estabelecidas num acordo de paz que Washington mediou com os talibãs e assinou em fevereiro, também no Qatar, onde os talibãs mantêm uma representação política.

Na altura, o acordo foi visto como a melhor hipótese do Afeganistão para pôr fim a mais de quatro décadas de guerra implacável.

Pouco depois do anúncio, o Presidente Donald Trump disse que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, viajaria para o Qatar, para assistir ao início das negociações.

Sediq Sediqqi, porta-voz do Presidente afegão, Ashraf Ghani, confirmou através de uma mensagem na rede social Twitter que a sua delegação estará na capital do Qatar, Doha, para as conversações e disse que o chefe de Estado desejava o sucesso da equipa de negociação.

Pompeo emitiu uma declaração a saudar o início das negociações e sustentando que elas representam "uma oportunidade histórica para o Afeganistão pôr fim a quatro décadas de guerra e derramamento de sangue".

"O povo do Afeganistão carregou o fardo da guerra durante demasiado tempo", disse Pompeo.

Por seu lado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma redução para até 4.000 soldados destacados no Afeganistão "num curto espaço de tempo" e que pretende continuar a reduzir o número de tropas no Iraque para 2.000.

"No Afeganistão reduziremos para cerca de 4.000 tropas num curto espaço de tempo, enquanto que no Iraque reduziremos (para) 2.000 num período de tempo muito curto", disse Trump durante uma conferência de imprensa da Casa Branca.

Trump disse ter recebido hoje um relatório de que "ninguém" morreu no Afeganistão desde fevereiro. "Estão a ser feitos muitos progressos" no país, disse.

O acordo assinado por Washington com os talibãs visa pôr fim à prolongada guerra civil no Afeganistão e trazer as tropas norte-americanas para casa. As conversações intra-afegãs devem estabelecer um roteiro para uma sociedade do pós-guerra no Afeganistão.

Espera-se que as negociações sejam um processo difícil, uma vez que os dois lados lutam para pôr fim aos combates e debater formas de proteger os direitos das mulheres e das minorias.

Os talibãs prometeram que as mulheres poderiam frequentar a escola, trabalhar e participar na política, mas sublinharam que tudo seria permitido, de acordo com os princípios islâmicos, sem explicar o que significa.

Os talibãs também disseram que não apoiariam uma mulher a tornar-se Presidente do Afeganistão e que, embora permitissem que as mulheres fossem juízes, uma mulher não poderia servir como ministra da justiça.

Entretanto, o conselho de reconciliação de Cabul tem uma série de figuras díspares, incluindo figuras de linha dura como Abdul Rasool Sayyaf, um antigo senhor da guerra que serviu de inspiração para o grupo militante de Abu Sayyaf, das Filipinas, e Gulbuddin Hekmatyar, um terrorista que já constou da lista da ONU. Ambos abraçam interpretações profundamente restritivas do Islão.

O Parlamento do Afeganistão tem sido até agora incapaz de ratificar um projeto de lei sobre a violência contra as mulheres por temer que os legisladores da linha dura chumbem qualquer legislação deste tipo.

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