O Governo tinha permitido à companhia mineira chinesa Tongmao Coal Company explorar carvão em Hwange, a mais importante reserva no país, que acolhe mais de 45.000 elefantes e numerosos animais selvagens, incluindo rinocerontes-negros.
Na segunda-feira, a Associação de Advogados Ambientais do Zimbabué (ZELA) apresentou uma petição argumentando que "a operação de uma mina num parque natural protegido infringe o dever constitucional de prevenir a degradação ecológica e promover a conservação" do ambiente.
O Governo recuou hoje na intenção e proibiu todas as minas nas reservas, "com efeito imediato", anunciou num comunicado.
"Estão a ser tomadas medidas para cancelar todas as autorizações concedidas para perfuração nos parques nacionais", refere a nota hoje divulgada.
Os advogados alegaram que as operações representariam "um risco irreversível de degradação ecológica, com perda irremediável de espécies animais e vegetais e redução do habitat para muitas espécies raras, incluindo o rinoceronte-negro, pangolim, elefante e cães selvagens".
Segundo a ZELA, "o turismo de safaris e o uso ecologicamente sustentável deste recurso, que representa uma fonte de rendimento vital para a população local, seria dizimado e a maior colónia de mamíferos do mundo destruída".
Como, de acordo com os advogados, a exploração mineira era "iminente", pediram ao tribunal que proibisse "urgentemente" tanto a empresa chinesa como a entidade governamental que supervisiona as atividades mineiras do país "de provocar a ruína do outrora imaculado Hwange Park".