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Condenados por violação 22 soldados e um polícia no Congo

Vinte soldados congoleses e um polícia foram condenados por violação no leste da República Democrática do Congo, que é atingida pela violência há 25 anos, de acordo com um veredicto do tribunal militar, noticia hoje a agência AFP.

Condenados por violação 22 soldados e um polícia no Congo
Notícias ao Minuto

17:01 - 04/09/20 por Lusa

Mundo Congo

"Este é um sinal forte para os comandantes do exército congolês", disse o presidente do tribunal, Alain Gionganga Lwanzu, que proferiu na quinta-feira o veredicto na província do Kivu Sul.

Os partidos civis expressaram a sua "satisfação" porque "o Estado congolês também é condenado por solidariedade com os autores de atos de violência sexual", disse Aline Bahati, advogada dos partidos civis em representação da Fundação Panzi, do médico ginecologista Denis Mukwege, Prémio Nobel da Paz de 2018.

Na sua clínica de Panzi, perto de Bukavu, o famoso ginecologista estima ter tratado dezenas de milhares de mulheres vítimas de violência sexual, à margem dos conflitos que assolaram o Kivu Norte e Sul nos últimos 25 anos.

A sua fundação também fornece apoio jurídico às vítimas para lutarem contra a impunidade dos perpetradores de crimes sexuais.

Os líderes das milícias foram condenados, em 2017 e 2019, em dois julgamentos anteriores, por violação nesta província do Kivu do Sul, uma vez considerada uma das "capitais da violação" da RDCongo.

O advogado de defesa anunciou a sua intenção de recorrer.

Os militares foram julgados na presença de 23 das suas vítimas, que se apresentaram como civis.

Foram julgados por violência sexual cometida em 2020 na planície de Ruzizi, entre Bukavu e Uvira, numa região desestabilizada por grupos armados e banditismo.

Mulheres de várias idades, incluindo uma menina de nove anos, mas também um jovem rapaz, estavam entre as vítimas, de acordo com a Fundação Panzi.

O julgamento pretendia ser "educativo" para "dissuadir homens armados de cometer atos contra a lei, tais como levar à força mulheres", disse o capitão do Ministério Público militar Joseph Nganama, em agosto, à agência AFP.

É também uma mensagem para que "os civis se libertem do medo e saibam que os militares não estão acima da lei", acrescentou.

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