Libertado sob caução jornalista detido há mais de um mês no Zimbabué
O jornalista Hopewell Chin'ono, detido há mais de um mês no Zimbabué e acusado de incitar à violência, foi hoje libertado sob fiança, anunciou o tribunal, que o proibiu de publicar nas redes sociais até ao julgamento.
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Mundo Zimbabué
A decisão sobre a libertação do jornalista ocorre horas depois de uma decisão semelhante que colocou também em liberdade o opositor Jacob Ngarivhume, detido na mesma altura que Hopewell Chin'ono.
Os pedidos de liberdade mediante caução dos dois homens tinham já sido negados três vezes pela justiça do Zimbabué.
O magistrado que aprovou a libertação do jornalista estipulou que este não deve fazer publicações nas redes sociais como o Facebook ou o Twitter enquanto aguarda julgamento.
Hopewell Chin'ono foi detido juntamente com opositor Jacob Ngarivhume por ter expressado, através da rede social Twitter, o seu apoio a protestos promovidos pelo partido Transformar o Zimbabué.
Jacob Ngarivhume, que lidera o partido, foi preso em 20 de julho depois de ter convocado uma manifestação para 31 de julho contra a alegada corrupção no regime do Presidente Emmerson Mnangagwa e os efeitos da crise económica e social que assola o Zimbabué há duas décadas.
Ngarivhume e Chin'ono estão entre vários críticos do Governo e ativistas da oposição detidos nos últimos meses por manifestarem preocupação com os problemas crescentes do país.
Na terça-feira, um dos advogados do jornalista, que o visitou na cadeia, adiantou que Chin'ono está "visivelmente doente" e apresenta sintomas "consistentes com a covid-19".
Cerca de 20 pessoas foram presas durante a manifestação proibida em 31 de julho, incluindo a escritora Tsitsi Dangarembga.
Foram todos libertados sob fiança pouco tempo depois.
Além da repressão política, o Zimbabué tem estado mergulhado numa crise económica durante as duas últimas décadas, que resultou numa inflação galopante e na escassez de muitos bens de primeira necessidade.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse, na segunda-feira, que tencionava enviar rapidamente uma delegação a Harare para tentar ajudar a aliviar a situação política no Zimbabué após o fracasso de uma primeira missão deste tipo em agosto.
O magistrado do Supremo Tribunal de Harare que hoje de manhã aceitou o recurso de Jacob Ngarivhume classificou a rejeição dos pedidos anteriores como "um erro da justiça".
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