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Macron obtém compromisso de forças políticas para novo governo em 15 dias

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse hoje ter obtido das forças políticas libanesas o compromisso de, nos próximos 15 dias, formar um governo para lançar as reformas que os libaneses exigem depois da explosão no porto de Beirute.

Macron obtém compromisso de forças políticas para novo governo em 15 dias
Notícias ao Minuto

23:27 - 01/09/20 por Lusa

Mundo Líbano

"Todas as formações políticas, sem exceção, comprometeram-se esta noite, aqui mesmo, a que a formação desse governo de missão não demore mais de 15 dias", afirmou numa conferência de imprensa em Beirute.

Emmanuel Macron teve, com responsáveis das diferentes forças políticas libanesas, trocas de impressões "intensas e profundas" hoje à tarde na residência do embaixador de França em Beirute, antes da conferência de imprensa.

O presidente francês disse esperar que esse novo governo prepare um roteiro de reformas num período de seis a oito semanas, que esteja concluído na segunda quinzena de outubro.

Macron, que prometeu regressar em dezembro ao Líbano, disse que vai organizar com a ONU, na segunda semana de outubro, em Paris, uma conferência internacional de doadores para o Líbano, e uma reunião de alto nível para a qual serão convidados os principais responsáveis libaneses.

No início da sua segunda visita ao Líbano desde a explosão no porto de Beirute, há um mês, Macron advertiu que "é a última oportunidade para o sistema" libanês.

Esta visita ficou marcada por uma manifestação de centenas de libaneses em Beirute contra a "cooperação" do Presidente francês com os seus dirigentes considerados "corruptos", que degenerou em confrontos com a polícia, com pelo menos 22 feridos, segundo uma ONG.

Os manifestantes, mobilizados após um apelo de uma coligação de coletivos do movimento de contestação, ergueram bandeiras libanesas e ecoaram palavras de ordem contra uma classe dirigente "corrompida" e um "sistema confessional clientelista", apelando à construção de um "novo Líbano" assente num Estado laico e moderno.

A 4 de agosto, uma gigantesca explosão no porto de Beirute provocou 188 mortos, mais de 6.500 feridos e perto de 300.000 desalojados, tendo deixado destruídas partes importantes da capital libanesa.

O Banco Mundial avaliou os estragos e perdas económicas entre 5,6 mil milhões e 6,8 mil milhões de euros e indicou na segunda-feira que o Líbano tem necessidade urgente de 507 milhões a 637 milhões de euros.

Macron acentuou hoje a pressão sobre os responsáveis políticos libaneses e apelou para o início "o mais rapidamente possível" de efetivas reformas que respondam aos amplos protestos da população, que considera os seus dirigentes responsáveis por esta explosão, acusando-os de negligência e corrupção.

O Líbano é regido por um sistema de partilha comunitária do poder desde a sua independência da França em novembro de 1943, que alimentou a corrupção e o clientelismo.

Sob pressão internacional e da rua, diversos responsáveis políticos do país, incluindo o chefe de Estado Michel Aoun e o presidente do parlamento Nabih Berri, apelaram nos últimos dias à "alteração do sistema confessional" e à instauração de um "Estado laico".

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