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Covid-19: Só um em cada três alunos no mundo irá regressar agora às aulas

Apenas um em cada três alunos no mundo irá regressar às salas de aulas no fim do verão, com dois terços da população estudantil a nível mundial a permanecer "sem escola" devido à atual pandemia, alertou hoje a UNESCO.

Covid-19: Só um em cada três alunos no mundo irá regressar agora às aulas
Notícias ao Minuto

14:04 - 01/09/20 por Lusa

Mundo UNESCO

Num comunicado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que quis assinalar o novo ano escolar que hoje arrancou em vários países europeus, referiu que o total estimado de crianças e jovens matriculados em todo o mundo, desde a pré-primária até ao secundário, ronda os 1,5 mil milhões de estudantes, dos quais cerca de 900 milhões começam geralmente a escola entre os meses de agosto e outubro.

Os restantes estão abrangidos por outros calendários escolares (por exemplo, entre janeiro e novembro ou entre março e dezembro).

De acordo com a UNESCO, cerca de 128 milhões de estudantes já regressaram às salas de aulas e outros 433 milhões, em 155 países, devem iniciar o ano escolar nas próximas semanas, o que irá representar um total de 561 milhões de alunos.

Mas, feitas às contas, a UNESCO alertou que cerca de mil milhões de alunos, ou seja, dois terços da população escolar a nível mundial, vai continuar "sem escola ou numa situação de incerteza" devido a constrangimentos associados à pandemia da doença covid-19.

A agência da ONU realçou igualmente que as estimativas apontam que "mais de metade dos 900 milhões de alunos que (agora) iniciam o novo ano escolar deverão prosseguir num ensino à distância, de forma total ou parcial".

E, frisou a UNESCO, "a maioria destes alunos e as respetivas famílias ainda estão à espera de indicações claras sobre o que esperar do início do ano letivo de 2020-21, a poucas semanas da data programada" do regresso às aulas.

Em Portugal, o arranque do ano letivo está previsto começar entre os dias 14 e 17 de setembro.

Na segunda-feira, a Federação Nacional da Educação, a Confederação Nacional das Associações de Pais e a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas apelaram para que as orientações para o ano letivo 2020/2021 sejam "claras e coerentes".

Também na segunda-feira, a Direção-Geral da Saúde informou que está a preparar um manual de apoio aos estabelecimentos de ensino para agir perante casos suspeitos ou confirmados de covid-19, de forma a controlar "o pânico" e a "tendência de encerrar toda a escola".

De acordo com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, o documento em questão será conhecido a 07 de setembro.

Na mesma nota informativa, a UNESCO reiterou os alertas para as consequências da pandemia do novo coronavírus no setor da educação a nível mundial - escolas fechadas, ensino à distância, situações de incerteza e risco de abandono escolar --, apontando que tal cenário irá ter um impacto nas populações mais vulneráveis, em particular junto das crianças do sexo feminino.

Como tal, a agência da ONU exortou as autoridades educacionais a nível internacional a assegurarem um rápido regresso à escola, bem como a aplicarem medidas que garantam a saúde e a segurança dos alunos, dos professores e de todos os funcionários escolares.

"A crise da educação continua grave", declarou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

"Várias gerações encontram-se ameaçadas por estes encerramentos de escolas, que afetam centenas de milhões de estudantes e se prolongam há muitos meses. Existe uma emergência educacional mundial", acrescentou Audrey Azoulay.

A UNESCO, em colaboração com outras agências da ONU e o Banco Mundial, está atualmente a trabalhar para a reabertura das escolas em todo o mundo, que ficaram encerradas e deixaram de ter aulas presenciais devido à crise pandémica.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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