Hezbollah vai discutir pacto político proposto pela França para o Líbano
O secretário-geral do movimento xiita pró-iraniano Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou hoje que o partido está preparado para discutir um novo "pacto político", proposto pelo presidente francês Emmanuel Macron, para o Líbano.
© Getty Images
Mundo Beirute
"Estamos abertos a qualquer discussão construtiva sobre o assunto, mas com a condição de que seja a vontade de todos os partidos libaneses", afirmou, durante um discurso, o chefe da poderosa formação pró-iraniana, referindo-se ao apelo do presidente francês Emmanuel Macron.
Na sexta-feira, o presidente francês alertou para a possibilidade de uma guerra civil no Líbano se o país não for apoiado pelas potências regionais e pela comunidade internacional.
"Se abandonarmos o Líbano, se de alguma forma o deixarmos à mercê das dificuldades regionais, então haverá uma guerra civil", disse o chefe de Estado francês num encontro com alguns jornalistas, citado pela agência de notícias francesa, a AFP.
As declarações de Macron foram feitas nas vésperas de um regresso a Beirute, marcado para a próxima semana, no qual vai tentar desbloquear o impasse sobre a criação de um governo que consiga estabilizar o país.
Para Macron, "abandonar o país será a derrota do que é a própria identidade do Líbano", lamentando que não haja uma renovação dos agentes políticos e que a implementação de reformas seja "praticamente impossível".
As consultas parlamentares para a nomeação de um novo primeiro-ministro do Líbano iniciam-se na segunda-feira, quase três semanas após a demissão do Governo na sequência da devastadora explosão em Beirute, coincidindo com a visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, à capital, um regresso após ter estado em Beirute dois dias após tragédia do dia 04 de agosto, quando pressionou os dirigentes libaneses a constituírem rapidamente um governo de confiança.
O Governo do primeiro-ministro, Hassan Diab, demitiu-se em 10 de agosto, menos de uma semana depois de 2.750 toneladas de nitrato de amónio terem explodido no porto de Beirute, causando mais de 180 mortos, quase 6.000 feridos e perto de 300.000 desalojados.
Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, alertou que, sem a rápida formação de um governo e a adoção de reformas "de emergência", o Líbano corria o risco de desaparecer.
O chefe de governo será escolhido pelos partidos políticos que controlam o parlamento e que parte da população rejeita, responsabilizando-os pela explosão que destruiu partes da capital do Líbano devido à sua negligência e corrupção.
O poderoso movimento xiita pró-iraniano Hezbollah e os seus aliados controlam a maioria do parlamento e a sua escolha será determinante.
Os grupos parlamentares e os deputados independentes suceder-se-ão no palácio presidencial a partir da manhã de segunda-feira, para anunciar a sua escolha.
Após as consultas, de acordo com a Constituição, o chefe de Estado, Michel Aoun, encarregará a personalidade sunita com o maior número de votos de formar governo, um processo que pode levar meses no Líbano devido às divergências políticas.
A tragédia aconteceu numa altura em que o Líbano vive a sua pior crise económica e financeira em décadas. Os doadores internacionais disseram que não ajudarão o pequeno país antes de serem feitas reformas.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com