ONU preocupada com morte de mais de 20 presos em Madagáscar
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou hoje preocupação pela morte de mais de 20 presos, que a polícia de Madagáscar matou, na sequência de um motim numa prisão do país.
© iStock
Mundo Madagáscar
Várias dezenas de detidos em Farafangana (sudeste) revoltaram-se e atacaram os guardas prisionais em 23 de agosto e conseguiram apanhar uma arma, segundo as autoridades do país, que informaram na quinta-feira que 23 detidos tinham sido mortos pela polícia.
"Estamos muito preocupados com as notícias de uso excessivo da força pelas forças de segurança", disse o porta-voz do alto comissariado para os direitos humanos da ONU, Rupert Colville, numa conferência de imprensa, falando de 22 mortos.
"Continuaremos a trabalhar com as autoridades malgaxes, de forma a assegurar que conduzam investigações exaustivas, rápidas, independentes e imparciais", acrescentou.
A Amnistia Internacional também já condenou o "uso ilegal da força letal" e apelou a uma investigação independente.
"A fuga ocorreu num contexto em que as prisões miseráveis e sobrelotadas do país são um foco de propagação da covid-19", disse o porta-voz da agência da ONU.
O Ministro da Justiça de Madagáscar, Johnny Andriamahefarivo, explicou na quinta-feira o motim pelo "descontentamento dos reclusos, que já estão saturados, que já não têm o direito de sair por causa do coronavírus, ou não sabem quando sairão, uma vez que os julgamentos estão suspensos em tribunal por causa do confinamento".
O responsável da ONU, por seu lado, salientou também que esta foi a sétima tentativa de fuga daquela prisão em Madagáscar desde o início da pandemia.
O gabinete do alto comissário para os direitos humanos da ONU reuniu-se com as autoridades para expressar as suas preocupações sobre as condições prisionais e os riscos da sobrelotação no contexto da pandemia.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com