O diálogo inter-afegão, apoiado pelos EUA, devia ter começado em março, mas foi atrasado por uma série de desentendimentos sobre uma troca de prisioneiros.

"Posso dizer com relativa confiança que as conversações entre afegãos terão início na próxima semana", disse Abdullah, antigo primeiro-ministro afegão, num evento público em Cabul.

"A equipa de negociação da República Islâmica do Afeganistão está preparada para estas conversações com a firme determinação de representar a voz forte e unida do povo afegão para uma paz duradoura e digna", acrescentou.

Abdullah não precisou se houve acordo entre as partes quanto a uma data para o início das negociações, cuja primeira ronda deverá realizar-se no Qatar.

Os talibãs não comentaram as declarações de Abdullah Abdullah, feitas dias depois de uma visita oficial de dirigentes talibãs a Islamabad, no Paquistão, que tem apelado repetidamente para que aceitem negociar com as autoridades afegãs.

Os Estados Unidos, que expulsaram os talibãs do poder em 2001, assinaram com eles um acordo em fevereiro, no Qatar, que prevê a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão até meados de 2021 em troca de um diálogo interafegão.

Esse diálogo não arrancou até agora devido a divergências sobre uma cláusula do acordo de Doha, não ratificado por Cabul, relativa a uma troca de cerca de 5.000 prisioneiros talibãs por 1.000 membros das forças afegãs.

Trezentos e vinte combatentes talibãs, considerados perigosos, continuam presos pelas autoridades afegãs.

A França e a Austrália opuseram-se à libertação de alguns desses prisioneiros.

Leia Também: Negociações com talibãs paradas por atrasos na libertação de presos