"Necessitamos de uma solução diplomática para este conflito. Ninguém o quer resolver com navios de guerra no Mediterrâneo Oriental", declarou Heiko Maas, que tem procurado mediar o conflito entre Atenas e Ancara, e que hoje 'acolhe', em Berlim, uma reunião informal de chefes de diplomacia da União Europeia, em parte dominada por este dossiê.
De acordo com o chefe da diplomacia de Berlim, o pré-requisito para que as partes dialoguem com vista a ultrapassar "uma situação que permanece muito difícil", é "que as manobras [militares] que estão em curso no Mediterrâneo Oriental parem".
"Cada parte pode dar o seu contributo e criar desse modo espaço para as conversações diplomáticas, pois certamente as partes não se sentarão à mesa se navios de guerra estiverem a enfrentar-se no Mediterrâneo", afirmou Maas.
Pouco antes, também a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, reunidos igualmente na capital alemã, apelaram ao diálogo entre Grécia e Turquia, dois países membros da Aliança Atlântica.
"Estamos todos preocupados com a situação no Mediterrâneo Oriental. Estou em contacto constante com a Grécia e a Turquia, e a minha mensagem é que a situação deve ser resolvida num espírito de solidariedade de aliados e em linha com a lei internacional. O diálogo e o fim da escalada é do interesse de todos", afirmou Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa conjunta com Merkel.
Também a chanceler alemã apontou que a situação no Mediterrâneo Oriental "é motivo de preocupação", lamentando igualmente que se assista a este episódio de "tensão entre membros da NATO", e indicou que iria discutir com o secretário-geral da Aliança Atlântica "o caminho certo a seguir" para ultrapassar a atual crise.
O conflito entre Grécia e Turquia é um dos assuntos em destaque na reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que decorre entre hoje e sexta-feira em Berlim, e na qual Portugal está representado pelo ministro Augusto Santos Silva.
A Alemanha, que assegura neste segundo semestre do ano a presidência rotativa da União Europeia, envolveu-se em esforços de mediação para tentar apaziguar as tensões entre a Grécia e a Turquia depois de Ancara ter decidido unilateralmente fazer prospeções de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental, desencadeando uma crise regional.
