Demite-se mais um ministro na Bulgária. O quinto em 2 meses de crise
Um quinto ministro do governo conservador da Bulgária, dirigido por Boiko Borissov, demitiu-se hoje, numa tentativa de acalmar os protestos que há dois meses exigem a saída do primeiro-ministro.
© Reuters
Mundo Bulgária
"Danail Kirilov apresentou a sua demissão como ministro da Justiça depois de uma conversa com o primeiro-ministro, Boiko Borissov", anunciou o serviço de imprensa do executivo num comunicado.
O ministro da Justiça, de 50 anos, tem sido criticado por participar na redação de uma nova Constituição, prometida pelo primeiro-ministro em resposta aos manifestantes, que exigem o fim da corrupção e do conluio entre empresários, o governo e o Procurador-Geral, mas que foi de imediato recusada pelos participantes nos protestos.
O projeto de uma nova Constituição foi considerado pela maioria dos observadores uma manobra dilatória de Boiko Borissov para ganhar tempo até ao fim do seu mandato, em março de 2021.
A oposição a Boiko Borissov apontou o projeto como uma tentativa de limitar os poderes do Presidente da República, cargo atualmente ocupado por Ruman Radev, próximo dos socialistas.
Mesmo com a demissão do ministro da Justiça, o projeto de Constituição deve começar a ser discutido no parlamento na próxima quarta-feira.
Contudo, o projeto é recusado pelos nacionalistas que integram a coligação governamental e sobretudo por dois partidos da oposição, o Partido Socialista Búlgaro (BSP) e o populista Volya, que detêm 90 dos 240 assentos na Assembleia Nacional, o que lhes permite impedir a maioria de dois terços necessária para lançar o processo.
Desde o início dos protestos, que se realizam diariamente desde julho, quatro ministros deixaram o governo.
Treze anos depois de entrar na União Europeia (UE), a Bulgária continua a ser o país mais pobre dos 27 e aquele onde a corrupção é mais generalizada, segundo o índice de perceção da corrupção da organização não-governamental Transparência Internacional.
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