Grécia vai estender águas territoriais no Mar Jónico seis a doze milhas
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou hoje no parlamento que vai apresentar uma lei para estender as águas territoriais da Grécia no mar Jónico seis a doze milhas marítimas (cerca de 11 a 22 quilómetros).
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Mundo Grécia
"A Grécia está a crescer", afirmou o primeiro-ministro conservador, adiantando que a extensão incide numa zona marítima entre as ilhas do Jónico, entre Grécia e Itália, até ao Cabo Ténaro, no sul da península do Peloponeso.
Segundo Mitsotakis, esta extensão corresponde a um "direito soberano inalienável" da Grécia, consagrado no artigo 3.º da Convenção da ONU sobre Direito do Mar.
O primeiro-ministro disse ainda que a Grécia poderá estender as suas águas territoriais noutras zonas, numa aparente alusão ao conflito que mantém com a Turquia sobre a delimitação das respetivas zonas económicas exclusivas, num contexto de descoberta de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental.
Mitsotakis falava num debate parlamentar sobre os acordos assinados nos últimos meses com a Itália e o Egito de demarcação das respetivas zonas económicas exclusivas (ZEE).
A delimitação definida no acordo com o Egito não é reconhecida pela Turquia por incluir zonas que reclama como suas.
A ratificação dos acordos será votada no parlamento grego na quinta-feira.
O primeiro-ministro grego defendeu que embora os acordos "sejam bilaterais, têm uma transcendência internacional" e são de "grande peso histórico e político", servindo para neutralizar "ações ilegais na região".
Sensivelmente na mesma altura em que Mitsotakis discursava no parlamento de Atenas, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, advertia, num discurso em Istambul, que não fará "nenhuma concessão" na defesa dos seus interesses no Mediterrâneo Oriental e pediu à Grécia que se abstenha de cometer "qualquer erro" que conduza à "sua ruína".
"A Turquia tomará o que lhe pertence por direito no Mar Negro, no Mar Egeu e no Mar Mediterrâneo [...] Não faremos absolutamente nenhuma concessão em relação ao que nos pertence", disse Erdogan num discurso em Istambul para assinalar uma efeméride turca.
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