Navalny: Kremlin confia que caso não prejudicará relações com Ocidente
O Kremlin disse hoje acreditar que a situação do opositor russo Alexei Navalny, presumivelmente envenenado e em coma num hospital alemão, não afetará as relações da Rússia com o Ocidente, que exige uma investigação criminal.
© Reuters
Mundo Alexei Navalny
"Claro que não queremos algo assim. Além disso, porque não há razão para tal", afirmou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, insistindo em que não há provas de que o opositor tenha sido envenenado.
Segundo Peskov, o Kremlin está interessado sobretudo em determinar o que causou o coma de Navalny - organizador dos maiores protestos contra o governo russo desde a queda da URSS em 1991 -, a quem evita designar pelo nome, referindo-se ao opositor como "o paciente".
"Trata-se de um cidadão russo que está em coma e gostaríamos de saber quais foram as causas. Queremos compreender e definir o que aconteceu com o paciente, mas ainda não conseguimos", indicou.
O porta-voz assinalou que as "múltiplas análises" feitas pelos médicos do hospital siberiano onde foi internado inicialmente "não ajudaram a estabelecer a presença no organismo da substância responsável pelo seu estado".
"Não sabemos se neste momento os médicos alemães determinaram qual é a substância. As avaliações, quer dos nossos médicos quer dos alemães, são iguais", adiantou Peskov.
Entretanto a Duma, a câmara baixa do parlamento russo, anunciou que abrirá uma investigação sobre o possível envolvimento no caso Navalny de potências estrangeiras, que tentariam desacreditar o Kremlin.
Principal opositor do Presidente russo Vladimir Putin, conhecido pelas investigações anticorrupção a membros da elite russa, Alexei Navalny, 44 anos, está internado desde 20 de agosto em coma, primeiro num hospital de Omsk, na Sibéria, e desde sábado num hospital de Berlim.
O político sentiu-se mal durante um voo e a família e colaboradores suspeitam que foi vítima de envenenamento intencional, o que foi em parte validado pelos médicos alemães que o estão a tratar quando, na segunda-feira, afirmaram ter detetado "indícios de envenenamento" nos exames que lhe foram realizados.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu hoje a realização de uma "investigação transparente" ao suposto envenenamento de Navalny, de modo a descobrir "o que se passou" e garantir que os responsáveis serão punidos.
Antes da NATO, também os Estados Unidos, a União Europeia, Alemanha, França e Reino Unido pediram uma investigação ao alegado envenenamento do opositor russo.
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